sexta-feira, 7 de maio de 2010

Varejo investe em design de lojas para ampliar vendas

Como a briga pelo consumidor final está apertada no varejo, a procura por inovação para alavancar as vendas e dar visibilidade à marca se torna essencial para as empresas que buscam diferenciais. Entre as estratégias para vender mais está a busca pelo melhor design de ponto-de-venda, onde a iluminação correta, moderna, a arquitetura moderna e espaços com ares de boutique fashion, por exemplo, podem se transformar em estratégias de comunicação mais adequada.

Para inovar no estilo das lojas, o segmento de vestuário segue o exemplo das grandes supermercadistas, como o Pão de Açúcar, que apostou nas gôndolas diagonais, e criou um ambiente mais propício à circulação dos clientes nos corredores, além de ampliar a visão que os clientes têm dos produtos expostos.

Para brigar com as concorrentes Renner e C&A, a Riachuelo pretende abrir 12 lojas e reformar seis até o fim do ano, ao projetar crescimento de 10% em 2010. Para isso, a empresa aposta em um novo conceito, já aplicado na loja modelo inaugurada no Shopping Aricanduva, na capital paulista, em dezembro de 2009. Com um layout moderno, com separações no mesmo ambiente, a empresa acredita que o conceito de piso e paredes pode melhorar os resultados das unidades, além de um projeto inédito de vitrines que contempla um formato semiaberto e com acessórios que permitem variadas alternativas de exposição dos produtos. Para a gerente de suprimentos da Riachuelo, Cláudia Alves Soares de Oliveira, a busca pela inovação é constante no varejo. “Há que sempre ver novas técnicas, em busca de qualidade.”

Um outro exemplo de busca por diferenciais é o da loja Kevingston, de vestuário masculino para consumidores que têm preferência por esportes como golfe, polo e rugby e motovelocidade. Recém-inaugurada, a loja de marca argentina funciona em paralelo com uma loja de motos aos fundos do estabelecimento. O espaço da loja foi criado de modo a ser exclusivo, e é possível fazer compras e esperar em um confortável sofá com um televisor de plasma sintonizado gado sempre nos canais dos esportes a que a marca está associada. Os banheiros e os provadores são temáticos.

Eletrônicos

As lojas da Vivo e da Fast Shop do Shopping Morumbi, em São Paulo, aderiram a um novo conceito de iluminação, o lighting innovation, trazido pela Philips, que espera aderência de 40% dos varejistas, pois crê que a inovação é uma tendência mundial de iluminação. Para a empresa, a utilização do serviço como ferramenta estratégica de vendas no varejo, por meio do conceito Ambiscene, é a ação correta. O produto cria cenários e promete resolver a dificuldade de inovação, quando o produto é o mesmo, através da tecnologia da aplicação de LED, que permite trabalhar com a luz em todas as tonalidades de branco e cor.

A Philips diz que o produto serve para usar a iluminação a favor do varejo, com vertentes como a identidade da marca, com vitrines interativas e a apresentação do produto em prateleiras que se adaptem e mudem de cor, sendo possível trocar a coleção e criar um ambiente novo para cada uma delas e gerar motivação dos compradores, ao criar um link com o estilo de vida do consumidor. “Em especial para o ambiente de varejo, nós criamos um projeto muito específico, flexível e fácil de instalar”, afirma Sérgio Merker Binda, gerente de Marketing e de Produtos Lighting da Philips. Outra tendência apresentada pelo varejo é a das lojas flagship store, que é a loja líder, exemplar, da marca: as demais seguirão seu comando, serão concebidas a partir desta. Devem apresentar conceitos revolucionários, demonstrar claramente a grandeza da marca e posicionar-se em seu segmento no varejo.

Exemplo desse conceito é a loja modelo das Havaianas, totalmente focada no sensorial. Isso comprova como as empresas buscam maneiras de sensibilizar os consumidores nos pontos-de-venda e proporcionar experiência única nas compras.

Outra iniciativa que traz experiências inovadoras ao consumidor é a de apostar no branding (construção, gestão da marca). Para Lincoln Seragini, presidente da Seragini Farné, a proposta é o varejo investir cada vez mais em conceito de marca, design e inovação. “No Brasil, não haverá mais espaço no mercado para os que não inovarem, pois a cada dia se oferecem mais produtos e com os mesmos serviços”, declara ele. “O século XXI será o da inovação. Quem não inovar vai morrer. A marca ideal deve ser conhecida, admirada e desejada”, finaliza.