quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mercado de flores ganha espaço na internet

À medida em que o comércio eletrônico cresce média de 30% ao ano, segmentos que ainda têm pequena participação nesse setor bilionário conquistam espaço com o avanço do número de e-consumidores no País. Nesse cenário, as floriculturas virtuais, que detêm quase 2% do faturamento de R$ 10,6 bilhões no ano passado, estão crescendo em ritmo acelerado.

Somente no primeiro semestre, o e-commerce movimentou a cifra de R$ 7,8 bilhões, crescendo à taxa de 40%, acima do esperado para o período. A são-caetanense Giuliana Flores aproveita esse momento para investir e abocanhar fatia maior deste bolo.

O plano é abrir um centro de distribuição no Rio de Janeiro até o fim do ano. A localidade é a segunda maior em vendas para a floricultura, que faz entregas em mais de 1.000 cidades. "Teremos condições de atender os clientes no mesmo dia em que fazem os pedidos", diz o diretor da loja, Clóvis Souza.

Também estão no radar Distrito Federal, Minas Gerais e Paraná. Mensalmente, o site recebe 17 mil pedidos, volume 60% maior quando comparado à média registrada no ano passado. A estratégia para seguir neste caminho é aprimorar a infraestrutura do e-commerce colocando no ar vídeos explicativos sobre os produtos para atender principalmente o público masculino.

A empresa calcula ter participação de 60% no mercado de flores on-line brasileiro. Além da Giuliana Flores, a NovaFlor (que atende as classes mais populares) e a Cestas Michelli (produz kits de café da manhã) complementam o negócio comandado por Souza. Uma curiosidade é que, dos 97 funcionários que trabalham nas operações de e-commerce, pelo menos 15 são da família.

Em funcionamento há dez anos, metade do tempo da loja física, o site Giuliana Flores viu o faturamento crescer 52% no primeiro semestre, enquanto a operação co-irmã NovaFlor saltou 130% no período.

ESTRATÉGIA

Para o gerente de marketing Juliano Souza, o que leva os consumidores de outros Estados a fazerem pedidos na floricultura virtual são as marcas agregadas aos produtos. A Giuliana é focada na classe A/B com kits com itens das marcas Salton, Amor aos Pedaços, Cadiveu e Kopenhagen. A NovaFlor, por sua vez, é direcionada à nova classe média, com complementos da Natura, Brasil Cacau e Bubbaloo.

Oitenta por cento das vendas são realizadas no cartão de crédito e para atrair o público que ainda não debutou no mercado das flores on-line, as compras podem ser parceladas em até seis vezes. O tíquete médio da Giuliana é de R$ 95, da Cestas Michelli, R$ 125, e da NovaFlor, R$ 82.


Lojas virtuais superam vendas de shoppings da Grande S.Paulo

O faturamento do comércio eletrônico brasileiro no primeiro semestre deste ano, de R$ 7,8 bilhões, superou a cifra movimentada pelos shopping centers da Grande São Paulo, estimado em R$ 7,2 bilhões. Em relação ao mesmo período do ano passado, o e-commerce cresceu taxa de 41,2%.

Apenas na região metropolitana de São Paulo, de acordo com levantamento da e-bit em parceria com a Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), as lojas virtuais registraram vendas de R$ 1,25 bilhão entre janeiro e julho. O valor corresponde a alta de 29,3% ante igual período de 2009. Em julho, o segmento correspondeu a 2,3% do total das vendas.

Projeções apontam que o setor deverá crescer 30% nos próximos dois anos. Se isso acontecer, o setor vai superar o faturamento das lojas de departamentos e de móveis e decoração.O comércio eletrônico deixará de ser, no futuro, a nona força do varejo paulista para ficar em sétimo lugar

Fonte: Diario do Grande ABC