quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Emprego pleno: como isso afeta o varejo?

Ola a todos
O post dessa semana trata de uma questão que vem atormentando muitos varejistas: A falta de mão de obra, principalmente qualificada.

Na semana passada foi divulgado que o índice de desemprego no Brasil atingiu uma marca menor do que 6%, o que significa para especialistas sobre o assunto que o país acaba de atingir o nível de “Emprego Pleno”, ou seja, estamos passando por um apagão de mão-de-obra, pois o desemprego de 6% é considerado por especialistas como uma faixa de transição, pessoas que estão migrando de um emprego para o outro.

Se é fato que nunca foi tão necessário o treinamento de funcionários visando um bom atendimento e uma boa condução dos processos e operações da loja, também nunca foi tão difícil segurar ou reter funcionários, principalmente os novos, que pouco vínculo emocional possuem com a empresa.

Nós profissionais e empresários do varejo sabemos o quanto árduo é o trabalho do varejista. Não temos feriados, finais de semana, por vezes até nos falta tempo durante a semana! Temos às vezes mais contato com os profissionais da loja ou até mesmo da loja ao lado do que com as pessoas de nossa própria família.

O mundo do varejo acaba se tornando nossa segunda casa, nossa segunda família.

Dessa forma, são poucas as pessoas que possuem hoje disposição e até mesmo interesse em buscar emprego nesse campo. Muitas vezes o interesse barra na questão de trabalhar nos finais de semana, e nos feriados, muitas vezes, essenciais para o bom faturamento.

O mercado farto geram situações desconfortáveis, alinhados ainda mais ao perfil das novas gerações, com profissionais muitas vezes pouco comprometidos com a empresa em si. Não é raro perder bons e bens treinados funcionários para outras lojas muitas vezes com bons anos de casa, por salários pouco acima do que é pago. Profissionais tem trocado de empresas por conta de R$100, 200 reais a mais no salário, sem levar em consideração fatores como carreira, ambiente de trabalho e investimento no profissional.

Na verdade, esse post não se trata de um desabafo, até porque hoje me encontro do outro lado do muro, como um prestador de serviços ao varejo. O fato é que esse não é hoje um mal apenas do varejo em si, mas do mercado de trabalho como um todo.

Quanto mais ao nível de base, mais fácil está a troca de emprego, tamanha a oferta de novos postos de serviço, com uma tendência favorável ao crescimento nos próximos anos.

De outro lado, muitos empregadores, no caso varejistas, ainda se valem de práticas de seleção e salários tal como na época onde faltavam empregos no mercado, acreditando que podem trazer bons profissionais pagando pouco.

Vale entender que o mercado está mudando como um todo, e que ainda é possível encontrar bons profissionais a disposição no mercado, que existem ainda muitos profissionais que vislumbram criar suas empresas muitas vezes pela falta de oportunidades de carreira que lhe são oferecidas, que existem profissionais que não pedem muito, pedem somente o que é justo dada sua qualidade de serviços, que existem profissionais com o nome “sujo” na praça em órgãos como SPC, mas que desejam trabalhar intensamente a fim de quitar suas dívidas e honrar novamente seu nome.

Ambiente de trabalho favorável, procedimentos e diretrizes corretas, salários justos e um pouco mais de “empatia”, começam e devem ser trabalhados como atributos e valores das empresas.

Empresas sempre sonham, ao lado de serem lucrativas, serem reconhecidas como uma das “melhores empresas para se trabalhar”.

A pergunta é: O que sua empresa tem feito para ser reconhecida?

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
FALANDO DE VAREJO
http://www.falandodevarejo.com.br/
Twitter: @falandodevarejo