quarta-feira, 13 de julho de 2011

Receita do varejo sobe 12,3% no ano

A atividade do varejo conseguiu se recuperar do recuo em abril, em que registrou resultado negativo de 0,2%, e cresceu 0,8 ponto percentual, atingindo 0,6% em maio no volume de itens vendidos. O faturamento dos empresários do segmento computou alta de 0,8% sobre abril.
Quando comparada com o mesmo mês do ano passado, houve elevação de 6,2% nas comercializações e de 10,7% na receita. No ano, houve alta de 7,4% nas vendas e 12,3% no faturamento. O balanço do comércio foi divulgado ontem pelo IBGE.

O gerente da pesquisa mensal do instituto, Reinaldo Pereira, atribui o resultado ao aquecimento proporcionado pelo Dia das Mães, para a comparação de 30 dias. Apesar do crescimento sobre todas as bases comparativas, o ritmo já é menor do que o verificado no mesmo período do ano passado, quando maio havia somado 10,2% de aumento sobre o mesmo mês de 2009.

O assessor da presidência da Associação Comercial e Empresarial de Diadema, Gildo Freire, afirma que as datas festivas, como o das Mães e dos Namorados, no mês passado, superaram as expectativas do comércio do Grande ABC e aceleraram as compras no período.

Atualmente, no entanto, as vendas seguem mais lentas, o que deve mudar no Dia dos Pais, em agosto. "Nessas duas últimas semanas o comércio está mais retraído. Mas por ser mês de férias ainda não sabemos avaliar. O que sabemos é que nesse primeiro semestre tivemos resultados pouco superiores aos obtidos na Capital", estima Freire.

Estabilização no emprego e aumento da renda média são pilares que sustentaram o varejo no ano. A concorrência entre fabricantes tem ajudado a reduzir preços de produtos e, por consequência, a estimular o consumo. Os itens preferidos são os eletroeletrônicos e automóveis.

Somente em maio houve deflação de 0,21% nos preços de veículos próprios, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, também do IBGE (em junho está em alta de 0,16%, mas, ao decompor esse termômetro, o item automóveis novos está com deflação de 0,67%). Para Pereira, o conjunto proporcionado por esse cenário é um estímulo natural para o consumo. Fato que ocorre mesmo com as medidas da União para reduzir a demanda por crédito, muito recorrido para esse tipo de compras.

Não para menos, o volume de vendas subiu 25,9% no item veículos e motos na pesquisa de maio. A fatia dos móveis e eletrodomésticos também ajudou, alta de 20,4% sobre abril. "Existe faixa da população que está em ascensão, entram no mercado com demanda reprimida, como no caso de eletrodomésticos. Não importam as medidas do governo, com preços convidativos, o consumidor vai comprar", afirma, exemplificando que a população com renda maior também não deixa de trocar um carro zero, por exemplo, mesmo sob influência de ações restritivas da União.

O assessor da presidência da Associação Comercial de Santo André, Nelson Pereira, também aponta a concorrência acirrada dos comerciantes em oferecer as melhores promoções como anzol para fisgar os clientes. "Permanece uma guerra ente eles. Tanto que você nunca vê lojas de celulares, por exemplo, vazias. É difícil de acreditar que se troque tanto de aparelho", ressalta.

Alimentos seguem expandindo, mas em ritmo lento

O setor de alimentação, que englobado os hipermercados, é um dos menos aquecidos dentro no setor, aponta o IBGE. O crescimento atingiu alta 0,4% em maio frente a abril e só foi maior do que a atividade do setor de combustíveis, que fechou negativo em 0,6% e de despesa pessoal, em 4%.

Esse ramo também é um dos que teve menor expansão no ano (4,1%) e no comparativo com o mesmo período de 2010 (1,8%). O gerente da PMC, Reinaldo Pereira, afirma que o resultado fraco do setor foi responsável por barrar a ampliação das vendas e receita do setor no geral, por conta do peso que tem na composição.
"Esses resultados deveriam estar maiores. Mas como houve aumento de preços dos alimentos durante o ano, pode ser que isso tenha segurado a demanda nessa atividade", diz, ao comentar que o forte desempenho de abril contra abril de 2010 (alta de 10,6%) ocorreu porque a Páscoa caiu nesse mês em 2011, e, no ano passado, foi em março. Porém, a atividade estagnou nesse mês contra março.


Fonte: DGABC