sexta-feira, 26 de agosto de 2011

"Panorama Global das Franquias do Setor de Alimentação" é apresentado pela ABF

Pesquisa mostra que redes de alimentação cresceram 16,8% em 2010 e apostam em novos mercados para manter ritmo de expansão acelerado  Regiões Nordeste e Centro-Oeste receberão o maior número de novas lojas nos próximos anos

A ABF- Associação Brasileira de Franchising e a ECD,consultoria especializada em Food Service, anunciaram ontem os resultados da pesquisa “Panorama Global das Franquias do Setor deAlimentação”, realizada durante os meses de maio e junho de 2011 com 46 redes de franquia, ou seja, 40% das que operam no mercado.

A pesquisa revela o desempenho desse mercadoem 2010, comparado ao ano de 2009 e também aponta  as expectativas dosegmento para 2011 e os próximos dois anos (até 2013). “Oobjetivo da ABF é identificar as principais tendências e desafios para asfranquias do segmento de Food Service, um dos mais representativos do sistema”,explica Ricardo Bomeny, presidente da ABF.

O faturamento dasredes participantes da pesquisa cresceu 16,8% em 2010 e alcançou um faturamentode R$ 9,254 bilhões, o quecorresponde a 61% do faturamento do setor.

A expectativa paraesse ano é ainda maior. “As franquias de alimentação pesquisadas esperamcrescer 18,6% em 2011”,afirma João Baptista Jr, coordenador do Grupo Setorial de Redes de Alimentaçãoda ABF.

Segundo ele, essenúmero poderia ser ainda maior. “O setor enfrenta desafios muito grandes como afalta de mão de obra, a alta expressiva nos custos dos imóveis e problemaslogísticos que atrapalham uma expansão maior”.

A amostra da pesquisafoi dividida em seis segmentos presentes no setor de redes de alimentação:comida asiática (5%), pizza/massas (8%), comida variada (29%); doceria (1%);snack/cafeteria (16%) e sanduíches (41%).

               

Presença das lojas por Estado em 2010

Também pôde serverificado na amostra o crescimento do franchising em determinadas regiões, bemcomo perfil de cada mercado. O destaque vai para o Centro-Oeste, que tem umapresença de lojas superior às despesas com alimentação fora de casa, bem como oNordeste, que é a região com maior abertura de novas lojas. “Constatou-se queessas regiões são as novas fronteiras de expansão do sistema de franquias”,afirma Enzo Donna, da ECD Food Service, coordenador da pesquisa.

A região Sudeste continuasendo a mais representativa para o setor, com 65,7% das lojas, que equivalem àparticipação na despesa de alimentação fora de casa. A tendência, segundo apesquisa, é que para os próximos anos São Paulo e Rio de Janeiro diminuam oritmo de abertura de novas lojas. “Já Minas Gerais ainda tem espaço paracrescer”, aponta o consultor.
 
Donna ressalta a queda na participação do Sul(com 10,7% das lojas), que, apesar de representar uma grande parcela dasdespesas do brasileiro com alimentação fora do lar, possui uma limitação emrelação ao crescimento do número de lojas. “O sistema de franquias deverárepensar o modelo de negócio para essa região”, afirmou.

Osdados que aparecem dentro do quadro em laranja referem-se a participação da alimentação fora do lar do total dos gastos das famílias, de acordo com a POF(Pesquisa do Orçamento Familiar) do IBGE.

Em relação à presença das redes de alimentação noexterior, a pesquisa aponta que não é um tema prioritário na agenda dasempresas. “A crise internacional e o bom momento da economia brasileira tiraramo foco da exportação das franquias”, analisa o pesquisador.

 

Localização das lojas de franquias de alimentação

De acordo com apesquisa, o shopping continua emalta, com a maior concentração de abertura de lojas (64,7%) e a tendência émanter o crescimento. Isso se deve à praça de alimentação ser a grande âncorados shoppings, pois atrai público e gera um tráfego intenso.

Em segundo lugar aslojas de rua ficam no patamar de 24,2%, porém exigem um planejamento e análisegeográfica mais estratégica para a abertura de redes de alimentação. Já oshipermercados e galerias comerciais são menos representativos para a expansãose mantendo na casa dos 6,2% e 1,4% das lojas de alimentação, respectivamente.

Com a vantagem docusto menor, a expansão de quiosques se dá predominantemente nos shoppings, com71,1% de presença, seguida de hipermercados (13,4%), rua (7,8%) e galeriascomerciais (4,5%).


Desempenho x faturamento

Conforme já citado, a pesquisaapontou um crescimento de 16,8% em 2010 com relação a 2009. Já as expectativas para 2011, segundoa amostra, apontam que este ano deverão crescer 18,6% com relação a 2010. Emnúmero de lojas o sistema de franquias cresceu em torno de 11,5% no ano de 2010 comparado a 2009.

 

Já o faturamento médio (mensal) porloja ficou em R$223.068 mi, considerando um ticket médio de R$13,70. Numuniverso de 155.682 funcionários, o faturamento médio por funcionário (anual)chega a R$81.060, sendo que os setores de docerias, sanduíches e pizzas/massasforam os mais expressivos.



Em relação ao ticket médio e faturamento por loja o desempenho foi puxado pelosetor de sanduíches (R$378.787), seguido por comida variada (R$126.315),pizzas/massas (R$107.206), comida asiática (R$69.474), snack/cafeteria(R$50.584) e doceria (R$32.787).



O faturamento anual por m² cresceu apenas 2,5% em relação a 2009. Segundo EnzoDonna, essa média é reflexo de um problema que o sistema vem enfrentando, comoo custo de ocupação das unidades.


Expectativa de crescimento

O segmento de comida variada foi o que mais cresceu em 2010 (23,3%); seguido pelosegmento de snack/cafeteria (18,9%); pizzas/massas (13,5%); comida asiática (13,4%); sanduíches (10,8%) e docerias (5%). Na análise do segmento,percebemos otimismo em alguns setores para 2011: comida variada, docerias,sanduíches e snack/cafeteria.       

 

Em termos de público por loja e segmento, podemos observar que a pesquisa abrangeu75 milhões de pessoas no universo de 4.793 lojas, sendo que o segmento desanduíches detém maior concentração de pessoas.



           
A amostra conclui ainda que o segmento de sanduiches também representa 57% do faturamento anual (R$9.254.974) do setor.

Outros indicadores
Além das conclusões sobre o faturamento e crescimento do setor dealimentação, a pesquisa analisou alguns outros indicadores, entre eles:

Custo de ocupação – observa-se que o custo deocupação em shopping cresceu 7,4% em relação a 2009, enquanto o custo na ruacaiu expressivamente, apesar de não ser um modelo de sucesso para as franquiasde alimentação. Já o custo de ocupação em centros comerciais, galerias esupermercados teve um aumento considerável, puxado pelo setor deSnack/Cafeterias que representa 46,2%
Abastecimento – segundo a amostragem, 29% das redes utilizam sistemas de abastecimentopróprio e há uma tendência a optarem pela terceirização para evitarpreocupações. Porém, os problemas logísticos e tributários são vistos comoobstáculos para o crescimento desta terceirização especializada.
Rotatividade – como crescimento do mercado, o sistema de franquias está enfrentando dificuldadesna retração da mão de obra. O TurnOver teve um aumento de 7,1% com relação a2009, o que significa que metade do quadro de funcionários foi renovado.
Capacitação e Treinamento – a forte expansão do sistema de franquias apresentaum desafio para o setor, como garantir a qualificação necessária de mão deobra. Os treinamentos continuam, sendo uma ferramenta fundamental para osistema de franquias. A pesquisa mostra que os treinamentos estão concentradosem períodos trimestrais e semestrais.
Principais Conclusões
  • 46 franquias do segmento de alimentação participaram da pesquisa.
  • A amostra abrange um total de 4.793 lojas, que representam um faturamento anual de R$ R$9,254  bilhões (61% do faturamento total do sistema de franquias no Brasil).
  • A amostra foi dividida entre seis segmentos presentes no setor de redes de alimentação. São eles: comida asiática (5%); pizza/massas (8%), comida variada (29%); doceria (1%); snack/cafeteria (16%) e sanduíches (41%).
  • O ticket médio geral é de R$ 13,70.
  • O ticket médio do segmento de comida asiática continua sendo o maior do sistema de franquia (R$ 26,43).
  • O segmento de alimentação cresceu 16,8% em relação a 2009.
  • Em número de lojas o crescimento do setor ficou em torno de 11,5% se comparado com 2009.
  • A expectativa é saltar para 18,6% em 2011.
  • O maior número de lojas próprias está no Sudeste (65,7%), mas as regiões que devem ter o crescimento mais expressivo nos próximos anos são o Centro-Oeste e o Nordeste.
  • O shopping continuará atraindo o maior número de lojas nos próximos três anos.
  • Em termos de participação no faturamento, o segmento Sanduíches ainda lidera com 57%.
A amostra apresenta os principaisproblemas que afligem o setor. “Podemos perceber que os custos externos, como, matéria-primae ocupação, são os desafios mais difíceis de administrar, assim como os problemasde mão de obra e tributários, que continuam dificultando a expansão do sistema”,analisa João Baptista da Silva, do Comitê Setorial de Food Service da ABF.

Mais informações: http://www.abf.com.br/