segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Franquias: Repasse é um bom negócio?


Por Arlan Roque*
Recentemente, em um workshop sobre franquias que participei, uma das perguntas que surgiu da platéia foi "adquirir franquia através de repasse é um bom negócio?". Depois de alguns segundos, chegamos a resposta: "depende". Ora, como assim "depende"?

O repasse de uma unidade franqueada pode ocorrer por diversos motivos, como por exemplo: encerramento de um ciclo de carreira do franqueado, mudança de domicílio profissional do cônjuge onde o franqueado acompanha, desinteresse pelo negócio, desentendimentos com o franqueador e gestão deficitária não permitindo o alcance de resultados desejados.

Adquirir uma franquia em funcionamento, tem suas vantagens, pois é um empreendimento já em andamento, no entanto, principalmente se o motivo do repasse é a baixa performance, o candidato a compra precisa analisar com muito critério sua capacidade de reverter este resultado, pois caso contrário a mesma situação poderá se repetir em alguns meses.

Ainda há de se observar o interesse do candidato a compra em crescimento e abertura de novas unidades, pois de acordo com o local onde a franquia é adquirida, pode haver limitações para abertura de novas unidades.

Também se faz necessária uma investigação dos aspectos legais, principalmente se junto à opção de compra do negócio, for realizada a opção de compra da firma (CNPJ) existente para gerir a operação, pois você poderá absorver passivos tributários ou judiciais caso não tome os cuidados necessários. Ainda nesta investigação, é relevante entender a situação de locação do imóvel, como por exemplo: o proprietário do imóvel tem ciência que seu atual inquilino pretende transferir a locação? Poderá haver reajuste do aluguel? Haverá custo com fundo de comércio? Principalmente se tratando de shopping, haverá incidência de taxa de transferência? Em havendo, há quem será imputada?

Por fim, a análise de valor a ser investido no repasse. Uma das vantagens ofertadas pelo sistema de franquias no momento em que o empreendedor decide repassar o negócio é a liqüidez e manutenção da valorização, o que via de regra, não ocorre em empreendimentos independentes, que podem ser muito desvalorizados no momento do repasse. Alguns franqueadores agem como mediadores no momento de repasse, atuando para que quem venda a unidade não realize especulação sobre o negócio ou marca e também orientando quem compra para que faça investimento consciente no que diz respeito a valor x retorno. É importante verificar se o franqueador tem em seu contrato cláusula que exija taxa de transferência e sob responsabilidade de quem será o pagamento.

O repasse, se analisado de forma cuidadosa, poderá ser uma ótima opção para aquisição de unidade franqueada.

Analise, informe-se e faça bons negócios!!

Arlan Roque é Gerente de Franchising/Expansão da Cacau Show.