terça-feira, 4 de outubro de 2011

Entre a pirotecnia e a tecnologia

Olá a todos.

Qual o real papel da tecnologia no varejo? Como avaliar se uma nova tecnologia fará diferença no ponto-de-venda? Eu venho ao longo dos anos observando o quanto as tecnologias são mal aproveitadas, vendidas como diferenciais, e infelizmente, pelo mal uso, deixam de apresentar o resultado esperado.

Quando visito algumas feiras e exposições, vejo a quantidade de pirotecnia propostas por empresas para destacar displays e produtos no ponto-de-venda. De certa forma, até porque faz parte da estratégia das empresas estar sempre apresentando algo novo, sempre surgem opções para que os produtos melhor apareçam, berrem ou até mesmo pulem na frente do consumidor, buscando a todo custo destacar-se da concorrência no ponto-de-venda.

O cenário que encontramos nos pontos-de-venda é bem distante do cenário realizado em um teste ou demonstração na empresa. Se uma tela (seja ele touch-screen ou apenas uma tela simples, como uma apresentação de vídeo), colocada na gôndola junto à um produto de lançamento pareceu destacar e enriquecer a informação de um produto, no ponto-de-venda, ao lado de ações similares, muitas vezes perde-se no meio de uma poluição visual e sonora. Quando em pior cenário, ainda poder ter que confrontar com uma transmissão de conteúdo do próprio varejista, ou ainda, com uma locução promocional ininterrupta e por vezes irritante da loja.

O resultado de tudo isso, com um resultado de impacto abaixo do esperado, é que produtos e tecnologias caras são muitas vezes, encostadas depois em algum canto perdido no ponto-de-venda, até que sejam encaradas como lixo e descartadas como sucata, ou seja, não são boas opções nem para a indústria, nem para o varejista.

Em minha experiência, por diversas vezes vi equipamentos até mesmo novos sendo removidos ou mal utilizados no ponto-de-venda. Alto investimento sendo transformado rapidamente em sucata sem valor.
Se analisarmos a tecnologia como um facilitador, há uma série de possibilidades interessantes, que realmente podem facilitar os processos de compra e tornar a experiência de consumo rica e prazerosa. O grande desafio hoje está em estabelecer um link real e importante entre a marca e o consumidor, algo que enriqueça sua experiência, e não se torne mais um ruído dentro do universo de poluição visual encontrada em alguns pontos-de-venda.

Tecnologia sem fundamento torna-se pirotecnia. Encanta rapidamente e com a mesma rapidez, perde o encanto e vira poeira no ar.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
FALANDO DE VAREJO
@falandodevarejo