segunda-feira, 18 de junho de 2012

Pesquisa revela a relação dos brasileiros com os livros digitais

Retratos da Leitura no Brasil mostra que a maioria dos entrevistados acredita que o livro impresso nunca vai acabar

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil – conhecida como o maior e mais completo estudo sobre o comportamento leitor do brasileiro, promovida pelo Instituto Pró-Livro e realizada pelo IBOPE Inteligência – acaba de ganhar sua 3ª edição. Comparada à última versão de 2007, o novo levantamento traz novidades e dados inéditos, como um perfil detalhado dos leitores de livros digitais, além de informações sobre usuários da internet em geral.


A penetração da leitura de livros digitais resulta em 5% dos entrevistados, o que representa 9,5 milhões de adeptos. Deste número, a maioria é do sexo feminino, cursou ensino superior e tem idade entre 18 e 24 anos. Dividindo por região, registra-se que a maior parte desses leitores se concentra na região Centro-Oeste com 9%, seguida da Sudeste com 6%, Sul e Norte com 5% cada e Nordeste com 4%. Quando abordamos classes sociais, a classe “A” aparece como maior consumidora de livros digitais com 21%, seguida da “B” com 11% e da “C” ainda com apenas 4%.

Apesar da crescente ascensão dos tablets, a pesquisa aponta que os chamados e-books ainda não são muito populares entre os leitores brasileiros, uma vez que 82% afirmam nunca ter lido um. Porém, desmembrando entre os que tiveram acesso de quem não teve, há dados que demonstram otimismo em relação ao novo meio de leitura. Segundo a apuração, 45% dos entrevistados alegaram nunca terem ouvido falar em e-books; em contrapartida, outros 25% representam pessoas que não ouviram falar, mas que gostariam de conhecer, e 30% mostram que já escutaram algo sobre os livros digitais.

A prova deste otimismo está também na avaliação do contato com os livros digitais: gostou muito lidera com 54%; gostou um pouco foi representado por 40%; e apenas 6% falaram que não gostaram da experiência. Além disso, quando perguntado se poderiam vir a usufruir da tecnologia de livros digitais, 48% responderam que sim.

Outros dados que mostram grandes possibilidades quanto à penetração dos livros digitais no cotidiano do brasileiro são a média registrada entre as faixas etárias mais jovens. Entre 11 e 13 anos registrou-se o mesmo percentual total de uso, de 5%. Já entre os entrevistados de 14 e 17 anos este patamar ficou em 7% e de 18 a 24 anos, a melhor média, de 12%.

Livros digitais x impressos

Em relação aos livros digitais e impressos, o estudo do IPL mostra que a maioria (52%) acredita que os livros impressos nunca vão acabar e irão conviver igualmente com os livros digitais; em seguida, 17% acredita que os impressos vão continuar, mas em pequenas edições/números; 7% afirma que é uma questão de tempo para que os livros no papel deixem de ser publicados; e outros 7% constatam que os digitais serão sempre para poucos interessados. Entre os livros comprados nos últimos 3 meses, em primeiro lugar aparecem os livros em geral, incluindo os digitais. E neste índice se excluem os didáticos e os de literatura indicados pela escola.

Internet

O uso da internet entre os brasileiros – que pode ter relação direta com a adesão aos e-books – também foi mote da pesquisa. Entre os entrevistados, 54% não acessam a internet, 18% navegam todos os dias, 15% algumas vezes na semana, e 7% e 6% afirmam acessar raramente e uma vez por semana, respectivamente. O total de penetração na internet é de 45% dos entrevistados, que representa um número de 81,4 milhões de pessoas. Os que mais utilizam têm entre 18 e 29 anos e os que menos acessam têm mais de 50 anos, sendo que a maioria dos usuários de concentra no Sudeste do País (46%), seguido do Nordeste (24%), Sul (15%) e Norte (14%).

O uso que se faz da internet também foi revelado. A maior parte, com 58%, afirma que utiliza para recreação ou entretenimento; 40% para trabalhos escolares, estudo ou pesquisa; 42% para trocar mensagens e conhecer pessoas; 25% para o trabalho; 18% para pesquisas cultural, científica, saúde etc.; 19% para atualização profissional; e, por fim, 7% para baixar ou ler livros. Do total, 24% acessam sites e redes sociais sobre livros/leitura.

Serviço: www.prolivro.org.br