terça-feira, 14 de agosto de 2012

Vendas no varejo em julho confirmam expectativa do IAV-IDV e sobem 5,6%

Confiança do consumidor, manutenção das baixas taxas de desocupação e a expansão da renda e do consumo têm impulsionado as vendas

As vendas em julho confirmaram a expectativa dos varejistas e tiveram um crescimento de 5,6% em relação ao mesmo período do ano passado, embora fundamentado sobre a expansão da rede de lojas, uma vez que houve um decréscimo de 5,34% nas vendas no conceito mesmas lojas. Já a projeção para este e os próximos dois meses é moderadamente otimista.

Apesar do aumento da preocupação dos agentes econômicos com o forte crescimento do endividamento das famílias com o Sistema Financeiro Nacional, a confiança do consumidor, a manutenção das baixas taxas de desocupação e a expansão da renda e do consumo das famílias ainda têm impulsionado as vendas no varejo, principalmente no segmento de bens duráveis. Assim, o varejo estima taxas de crescimentos semelhantes às do ano passado, porém, está mais precavido e atento ao cenário externo.


De acordo com o IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas), estudo realizado mensalmente com os associados do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), a projeção de alta para agosto é de 8,3%, para setembro, 10,1%, e para outubro, 11,7%, em comparação com os mesmos meses do ano passado.

Na análise por categoria, entre agosto e outubro, o varejo de bens não-duráveis estima altas entre 6,6% e 13,6%. Já o setor de bens semiduráveis (vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos) projeta um crescimento de 8,5% a 10%, devido, principalmente, à expectativa do Dias dos Pais e, em menor escala, à chegada das coleções primavera/verão. No varejo de bens-duráveis (móveis, eletrodomésticos, material de construção), a previsão do IAV-IDV é de um crescimento entre 11,7% e 12,6% para o mesmo período, levando sempre em consideração os mesmos meses de 2011.

Assim como ocorreu nos últimos meses, as estimativas de crescimento no conceito mesmas lojas apontam taxas bem mais tímidas, o que revela que o aumento das vendas do varejo tem se sustentado pela expansão das redes, refletindo, assim, a desaceleração da atividade econômica, já que desde meados do ano passado este panorama tem se mostrado frequente.

“A conjuntura econômica interna foi marcada pela decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de novo corte de 0,5 ponto percentual, atingindo 8% ao ano, nova mínima histórica. Apesar desse nível de taxas, o consumidor brasileiro tem reagido conservadoramente em suas decisões de consumo, seja pelo grau de endividamento das famílias ou pela intranquilidade gerada pelas notícias de crise externa e de reduções da criação de empregos no Brasil. Apesar desses fatores, o IDV mantém as suas previsões de crescimento do varejo brasileiro entre 6,5% e 7% neste ano”, analisa Fernando de Castro, presidente do IDV.