sexta-feira, 22 de março de 2013

Mercado brasileiro de consoles para videogames movimenta cerca de 1 bilhão de reais em 2012

Faturamento cresce 43%; país segue na contramão da tendência global, aponta GfK

Enquanto o faturamento mundial do mercado de consoles para videogames caiu dois dígitos na maioria dos países europeus entre 2011 e 2012, no Brasil houve alta de 43%, uma movimentação de quase R$ 1 bi. É o que mostra o resultado da auditoria realizada pela GfK - quarta maior empresa de pesquisa de mercado do mundo - divulgado na segunda etapa da 9ª Conferência Anual GfK Consumer Choice.


“O mercado brasileiro de consoles já é muito expressivo, é semelhante ao da Rússia, e tem um forte potencial de expansão. No ano passado, apresentou o maior crescimento dentre os países analisados e acreditamos que vai continuar seguindo na contramão mundial”, afirma Oliver Römerscheidt, Gerente de Unidade de Negócio da GfK, acrescentando que “o alto preço do console não atrapalhou os números positivos: enquanto seu valor médio na na Alemanha é de R$ 530, no Brasil o consumidor paga em torno de R$ 917.”


Games para consoles

Assim como nos hardwares, o Brasil também está na contramão mundial quando se fala em softwares para consoles. Os games movimentaram, em 2012, R$ 629 mi, um crescimento de 72% em relação a 2011, o que na análise do Gerente de Unidade de Negócio da GfK indica “a migração de muitos consumidores para o mercado formal”. A discrepância com mercados onde há forte base instalada é visível. No Reino Unido, por exemplo, esse segmento movimentou quase R$ 3 bi no ano passado com queda no faturamento de -27% na comparação com 2011.

De acordo com o estudo, o preço dos games no Brasil está mais próximo da média mundial: por aqui R$ 103, contra R$ 93 na Alemanha, e R$ 104 na França.
Os lançamentos ficaram mais baratos, mas o faturamento dos top 15 aumentou 37%. Já o número de títulos antigos (de catálogo) dobrou, aumentando as opções a preço promocional. Com mais títulos disponíveis, a concentração dos top 15 diminuiu de 42% em 2011 para 40% em 2012. Os catálogos ganharam participação no mercado, com crescimento de oferta e queda do preço médio. Eles representavam 58% das vendas em 2011 e saltaram para 67% no ano passado.

No período analisado pela GfK, o número de títulos cresceu 30% (de 1.221 para 1.582). Já o preço médio caiu -27% (de R$ 124 para R$ 91). “Isso torna cada vez mais interessante para o consumidor comprar no mercado formal do que pedir a alguém para trazer o game do exterior ou ainda buscar o varejista que atua com importações paralelas”, analisa Römerscheidt.

Nova geração

Em 2012, a “nova” geração de consoles - PS3, XBOX, Wii - tomou conta do mercado. O preço médio não caiu, já que o consumidor migrou para essa “nova” geração e investiu em jogos e acessórios, especialmente os que permitem ficar de pé e movimentar o corpo.

“O preço do console em si caiu, mas o consumidor está pagando os mesmos R$ 1000 em média para adquirir o conjunto completo. Ele continua disposto a gastar o mesmo valor, mas com a vantagem de ter um pacote mais interessante à disposição. O varejo também está enxergando as oportunidades, basta ver que, dento do universo de lojas consideradas no estudo da GfK, o número das lojas que vendiam consoles quase dobrou entre janeiro de 2011 e dezembro de 2012.