terça-feira, 19 de março de 2013

Varejo deve crescer fortemente entre março e maio

De acordo com o IAV-IDV, expectativa é de que haja crescimento entre 8,5% e 10,6% no volume real de vendas

As vendas reais no varejo devem crescer entre 8,5% e 10,6% em março e nos próximos dois meses, de acordo com as projeções do IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas), estudo realizado mensalmente com os associados do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo). Já no conceito mesmas lojas, o IAV-IDV mostra uma recuperação no crescimento real de vendas, com taxas positivas entre 3,22% e 3,71% até maio. Contudo, mais uma vez fica evidenciado que a forte expansão das vendas é em função, principalmente, do crescimento da rede de lojas do varejo.


Estas projeções são uma contrapartida ao resultado negativo de fevereiro, quando houve queda de 1,1% no volume real de vendas, descontada a inflação e sempre em comparação com o respectivo período do ano passado. Além do número menor de dias, o resultado negativo de fevereiro foi afetado, em grande parte, pelo desempenho da categoria de bens não-duráveis, que teve contração de 3,5%. Da mesma forma, o indicador no conceito mesmas lojas apontou queda de 7,27%, em comparação com fevereiro de 2012.

O varejo de bens não-duráveis prevê forte retomada, com alta de 14,1% neste mês, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Para abril e maio, os associados também estimam taxas de dois dígitos, com crescimento de 15,4% e 12%, respectivamente. É importante lembrar que o desempenho desta categoria tem o maior peso nas medições do IAV-IDV, bem como do IBGE, e contribui historicamente entre 40% e 50% de participação no índice da Pesquisa Mensal do Comércio calculado por este órgão do governo.

O setor de bens semiduráveis (como vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos), por sua vez, foi o grupo com melhor performance em fevereiro, com crescimento de 1,7%, e também tem previsão de um bom desempenho a partir de março, com expansão partindo de 8,2% até 11% em maio.

Apesar do retorno gradual das alíquotas originais do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a linha branca e móveis, até junho de 2013, o varejo de bens duráveis aponta taxas de crescimento expressivas, com 4,9% em março, 9,1% em abril e 5,6% em maio.

De acordo com o presidente do IDV, Flávio Rocha, mesmo com o fraco nível da atividade econômica brasileira e o cenário externo ainda bastante conturbado, o setor varejista apresentou resultados satisfatórios, com crescimento de 8,4% em 2012, apoiado na expansão do crédito, no mercado de trabalho e na expansão de renda. “Embora com uma desaceleração no ritmo do crescimento das vendas do comércio varejista nos dois primeiros meses do ano é de se esperar que o melhor desempenho da economia brasileira projetado para 2013 deva continuar a estimular a atividade varejista”, comenta Rocha.

Sobre o IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas)

Criado em outubro de 2007, o IAV-IDV é um índice que consolida a evolução das vendas efetivamente realizadas pelos associados do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo), com o intuito de projetar expectativas para os próximos meses e, assim, servir de base de informação para a tomada de decisão dos executivos do varejo.

Para se chegar aos números apresentados pelo IAV-IDV, as empresas associadas reportam seus próprios resultados e suas expectativas sobre vendas no futuro. Em seguida, estas respostas são ponderadas de acordo com o respectivo porte de cada empresa, para que se alcance indicadores como o volume de vendas e o faturamento nominal. Os dados extraídos pelo indicador têm permitido uma visualização mais ampla do comportamento do mercado para um período futuro de até três meses.