domingo, 25 de agosto de 2013

Varejo espera recuperação das vendas em setembro e outubro

Após crescimento real de 5,2% nas vendas de julho, IAV-IDV aponta novas altas para agosto e os próximos dois meses

Após o conturbado mês de junho, que sofreu com o fechamento de lojas nos horários comerciais em função das maiores manifestações dos últimos 20 anos, afetando as atividades varejistas nos maiores centros urbanos brasileiros, inclusive pelos problemas de deslocamento urbano que impediam o fluxo usual de clientes, julho mostrou recuperação, com crescimento real de 5,2% nas vendas.



Para agosto e os próximos dois meses, as projeções do IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas), estudo realizado mensalmente com os associados do IDV, também são otimistas. Neste mês, a previsão é de que haja um crescimento real de 5,6%. Já para setembro e outubro os indicadores são ainda mais positivos, com altas de 7,2% e 8,7%, respectivamente, sempre em comparação com os mesmos períodos do ano passado.

O varejo de não duráveis, que corresponde pelas vendas de alimentos, entre outros, apontou estabilidade em níveis baixos em julho e agosto e forte recuperação a partir de setembro. Houve alta de apenas 1% no mês passado, na comparação com o mesmo período de 2012. Para agosto, a previsão é de um aumento de apenas 2,1%. Já para os meses seguintes, os associados estimam taxas de crescimento em aceleração: 5,4% e 8,6%, respectivamente. Vale ressaltar que o desempenho desta categoria tem o maior peso nas medições do IAV-IDV, bem como do IBGE, e contribui historicamente entre 40% e 50% de participação no índice da Pesquisa Mensal do Comércio calculado por este órgão do governo.

Já o setor de bens semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos, foi o grupo com desempenho mais constante no período. Os associados apontaram alta de 10% das vendas de julho e estimam crescimento de 9,7% em agosto, 10,1% em setembro e 11% em outubro.

Apesar do retorno gradual das alíquotas originais do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para linha branca e móveis, os associados estimam que o segmento de bens-duráveis retome taxas significativas de crescimento, com alta de 7,9% em agosto, 7,7% em setembro e 7,2% em outubro. No mês passado, a alta também foi de 7,9%.

Para o presidente do IDV, Flávio Rocha, nos resultados registrados em julho, a desaceleração da inflação dos alimentos e transportes, motivada pelas manifestações populares, e a manutenção dos níveis de emprego e renda contribuíram para a recuperação do índice global IAV-IDV. “Além disso, as projeções dos analistas de mercado sofreram leve queda e estimam uma expansão de 2,21% para o PIB de 2013 e 2,5% para 2014. Da mesma forma, do lado dos preços, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) segue praticamente inalterado, com leve queda em relação à previsão anterior: 5,74% em 2013 e 5,85% em 2014”, comenta Rocha.