terça-feira, 22 de abril de 2014

Aumenta o número de consumidores com dívidas em atraso

Crescimento foi de 8,2% em março na comparação com fevereiro


Os compromissos de início de ano combinado aos aumentos da inflação e do encarecimento do crédito contribuíram para o aumento de 8,2% no número de dívidas em atraso em Belo Horizonte no mês de março na comparação com fevereiro. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). Para a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, outro fator que contribuiu para o resultado foi a comemoração do carnaval. “Para a data, muitos consumidores destinaram grande parcela de seus recursos para viagens, comprometendo, assim, o orçamento familiar e o pagamento de dívidas”, justificou.



Em março, a maioria das dívidas em atraso (51,94%) concentrou-se na faixa de até R$ 250. Para a Ana Paula esses débitos podem ser resultado das compras realizadas a prazo no Natal. “Com o encarecimento do crédito devido ao aumento da taxa básica de juros, o consumidor teve mais dificuldade em organizar suas finanças e realizar o pagamento de suas dívidas”, explicou.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Março.14/Março.13) houve aumento de 3,3% no número de dívidas em atraso. No acumulado do ano, o crescimento foi de 3,91%. “Tal desempenho é atribuído, principalmente, a taxa de juros que está há um ano em ciclo de aumentos. Fator que contribuiu para o crescimento da inadimplência, pois com os juros mais altos a dificuldade do consumidor em quitar suas dívidas é maior”, explicou a economista da CDL/BH. “A pressão inflacionária também tem causado grande desgaste na renda das famílias. Devido ao poder corrosivo da inflação, grande parcela dos consumidores priorizou os pagamentos de primeira ordem, em detrimento de outros”, completou.

Recuperação de crédito – O número de pagamento de dívidas em atraso junto ao SPC da CDL/BH apresentou queda de -1,4% em março na comparação com fevereiro. Para Ana Paula, as despesas de início de ano, como impostos e matrículas escolares, pressionaram o orçamento dos consumidores. “Geralmente, esse período requer um maior controle orçamentário das famílias devido ao grande número de compromissos financeiros”, afirmou. “Com o aumento inflacionário, esse planejamento ficou comprometido e dificultou o pagamento de dívidas em atraso”, completou.

Comparando com o mesmo mês de 2013 (Março.14/Março.13), a recuperação de crédito diminuiu -0,53%. No primeiro trimestre do ano, o número de pagamento de dívidas em atraso caiu -1,49%. Para a economista, o impacto negativo se deve à pressão da taxa de juros no orçamento familiar. “A desorganização financeira dos consumidores é outro fator que contribuiu para a queda da recuperação de crédito neste ano”, finalizou.