sexta-feira, 9 de maio de 2014

Feira literária deve movimentar cerca de R$ 22 milhões em Ribeirão Preto nas próximas semanas

Movimentação financeira, calculada pelo Inepad, inclui os custos da 14ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto e os gastos dos visitantes no evento e no comércio local durante os 10 dias de programação. Feira tem início na próxima sexta-feira, 16 de maio.

A 14ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, que acontece de 16 a 25 deste mês, deve gerar uma movimentação financeira de R$ 21,9 milhões, segundo estimativa do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad), coordenado pelo professor Alberto Borges Matias, doutor em Finanças pela FEA-RP/USP.

Nos 10 dias do evento, a Feira recebe cerca de 600 mil pessoas. Entre o público alvo estão 100 mil alunos das redes estadual e municipal, 113 escritores locais, 98 escritores nacionais, 6 escritores internacionais, 45 artistas e personalidades e quase 500 mil visitantes que se dividirão entre as mais de 600 atividades oferecidas, todas gratuitas, e os 120 estandes montados para venda de livros. As atividades acontecem em 14 locais diferentes, em uma área total ocupada de quase 90 mil m2 (são 51 mil m² do Parque Maurilio Biagi, mais 6,5 mil m², correspondentes à metade dos Estúdios Kaiser, mais 25,6 mil m² das duas praças e esplanada, 3,5mil m² do Teatro de Arena, além de duas bibliotecas, uma livraria, um cinema, um centro cultural e cinco auditórios).



Segundo Matias, a movimentação financeira estimada de R$ 21,9 milhões inclui os custos do evento e os gastos dos visitantes na própria Feira e no comércio local. O evento, que tem custo aproximado de R$ 3,5 milhões, gera 800 empregos diretos e 2.500 indiretos. Investimentos como o "Cartão-Livro" - um vale para que os alunos da rede pública adquiram livros na Feira - o transporte e a alimentação dos estudantes, subsidiados pelos governos estadual e municipal, somam outros R$ 3,5 milhões.

Considerando a estatística de um público de 200 mil consumidores (1/3 dos visitantes), ao preço médio de R$ 34,00 por livro (fonte: Nielsen BookScan,2013) a venda de livros estimada é de R$ 6,8 milhões. Já os gastos indiretos com transporte e alimentação alcançam preço médio de R$ 29,69 (fonte: IBGE, dados corrigidos para 2013) e podem chegar aos R$ 6 milhões. No caso do comércio local, a compra de itens diversos ao preço médio de R$ 10,78 (fonte: IBGE, dados corrigidos para 2013) deve movimentar cerca de R$ 2,1 milhões no período do evento.

No aspecto cultural, a Feira inova ao oferecer a 1ª Biblioteca Digital "Árvore de Livros" e fomentar a participação de crianças e adolescentes da periferia mesmo antes do evento, com o projeto permanente "Feira nos Bairros". A Feira também abraça as questões tecnológica e ambiental. O Cartão Livro entregue aos alunos da rede pública para compra de livros nos estandes da feira, no valor de R$ 18 (Estado) ou R$ 16 (prefeitura), funciona como um cartão de débito/crédito, com nome e senhas individuais. O aplicativo para celular da Feira garante aos usuários de smartphones das plataformas IOS e Android acesso a toda a programação da feira, com a possibilidade de agendar atividades e compartilhar nas redes sociais.

Neste ano, uma das mesas de debates da Feira será voltada à discussão das questões ambientais. Na prática, a Fundação Feira do Livro de Ribeirão já tem um projeto ambiental em funcionamento: há várias edições, o evento faz o gerenciamento das emissões de gases de efeito estufa de suas atividades.

Polo de serviços

Ribeirão Preto, com uma população estimada pelo IBGE em 2013 de 649.556, é reconhecido como um pólo de serviços, educação e saúde. A cidade atrai milhares de estudantes do ensino superior anualmente para suas 13 universidades, centros universitários e faculdades. É considerada a 31ª cidade mais rica do país, com PIB per capita de R$ 30.209, ante a média brasileira de $ 24 mil. É a sede da maior região sucroenergética do mundo e realiza anualmente a Agrishow, feira de negócios que alcançou faturamento de R$ 2,7 bilhões neste ano, superior ao Orçamento da prefeitura, de R$ 2,1 bilhões.