terça-feira, 6 de maio de 2014

O consumo dos brasileiros atingirá R$ 3,3 trilhões, em 2014, diz estudo

Esta perspectiva mostra significativa expansão na potencialidade de consumo entre os brasileiros, redefinindo o extrato das classes sociais. Em parte, essa evidência resulta da escalada ascendente no comportamento migratório de consumo nos últimos anos, oferecendo contornos visíveis da evolução entre as classes alta (A), média (B), e emergente (C), reduzindo a de baixa renda (D/E).

Já se nota que a classe média absorve mais da metade de tudo que é consumido no País, ainda que a emergente detenha maior no nº de domicílios. O crescimento do Norte e Nordeste se mantém contínuo, retirando participação do Sudeste – ainda líder no cenário nacional –, com o Centro-oeste e o Sul pontuando suas presenças no consumo brasileiro. O fenômeno da interiorização do consumo volta a se repetir, superando a participação das Capitais no bolo da economia. E há destaque para as classes economicamente ativas – dos 18 aos 59 anos – e dos idosos de 60 ou mais.



É o que aponta a IPC Marketing Editora, especializada no cálculo de índices de potencial de consumo, ao concluir o estudo IPC Maps 2014, indicador da potencialidade de consumo nacional, com detalhamento de dados para cada um dos 5.570 municípios.

Em 2014, o consumo dos brasileiros irá registrar R$ 3,262 trilhões (três trilhões, duzentos e sessenta e dois bilhões de reais), apresentando um crescimento de R$ 261 bilhões (cerca de 8% nominais) quando comparado com o IPC Maps 2013 (cerca de R$ 3,001 trilhão). Em termos reais, os cálculos do IPC Mas 2014 mostram que as despesas das famílias crescerão acima do PIB, o equivalente a 62,8%, enquanto o aumento populacional previsto é da ordem de 0,83%. O estudo foi feito com base em dados secundários, atualizados e pesquisados através de fontes oficiais de informação, utilizando metodologia própria.

A população deve chegar a 203 milhões de pessoas, de acordo com as novas estimativas divulgadas em 2013. O número de mulheres permanece maior do que o dos homens (51% contra 49%). A população urbana deve responder por 84,8%, indicando um consumo urbano per capita anual de R$ 17.680,11.

Neste ano, o consumo da população residente na área rural chegará a R$ 223,7 bilhões, participando em 5,2% da economia nacional. Serão 30,9 milhões de pessoas pontuando uma renda per capita de R$ 7.235,51 por habitante.

Maior desempenho – O IPC MPS 2014 indica que o cenário de consumo do País está em plena expansão, puxado pela classe média (classe B) que responde por 50,8% (cerca de R$ 1,55 trilhão), mais da metade de tudo o que é consumido no mercado brasileiro, comportando 35,4% (ou 19,7 milhões ) dos domicílios urbanos. Esse desempenho crescente vem se registrando ano após ano, que em 2013 já indicava sua liderança no consumo nacional absorvendo 48,8%, cerca R$ 1,359 trilhão, ante os 32,1% de domicílios.

Com 46,9% dos domicílios brasileiros, a classe emergente (C) domina com seus 26,02 milhões de lares ainda que responda por pouco mais de ¼ do consumo do País – 26% - equivalentes a uma parcela significativa de R$ 790 bilhões. Em valores absolutos, esse domínio foi maior ainda em 2013, representando um consumo de 27,9% - cerca de R$ 782,5 bilhões – entre os 24,5% dos domicílios.

No topo da pirâmide, a classe alta (A) continua expandindo seus gastos em 2014, alcançando R$ 591,1 bilhões - uma fatia de 19,5% de consumo entre os 5,1% (ou 2,8 milhões) de domicílios. No ano passado, os dados apontaram gastos de R$ 539,6 bilhões (ou 19,3%), perfazendo 4,6% (cerca de 2,3 milhões) de seus domicílios.

O processo migratório entre as classes sociais mostra que a base da pirâmide concentra a população de baixa renda (classes D e E), a qual vem reduzindo a sua presença tanto em domicílios (12,7% ante os 14,7%, em 2013) como em consumo, mas ainda respondendo pelo consumo de R$ 110,4 bilhões (3,6% da participação nacional). Em 2013, teve maior presença no cenário brasileiro quando registrou 4,3%, correspondendo a R$ 120,3 bilhões.

Mudanças no Cenário Regional – Na liderança regional, o Sudeste registra 48,5% do consumo do País perdendo participação para outras regiões – em 2013, sua presença era de 50,5%. Essa mudança comportamental de consumo se verifica com o crescimento do Nordeste (chegará a 19,5% ante os 18,2% do ano anterior) e do Norte baterá a casa dos 6% (em 2013, foram 5,8%). Outras regiões mostram ligeira queda no consumo: o Sul ficará com 16,8% - ante os 16,9% registrados em 2013 - e o Centro-Oeste 8,5% contra os 8,6% registrados no ano anterior.

Avanço na interiorização – Entre as inúmeras variáveis do estudo IPC Maps 2014 verifica-se que o fenômeno da interiorização no consumo do País volta a se repetir ao registrar 32,9% diante dos 32,3% projetados pelas 27 capitais federativas, em 2014.

50 maiores - Os 50 maiores municípios brasileiros responderão por 42,6% , em 2014. No ano passado, foram 43,3%. No topo do ranking, destacam-se os mercados de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, Goiânia, Recife e Manaus, seguidos por cidades metrópoles do interior de São Paulo (como Campinas, ABC etc.).

Para onde vão os gastos – Através do IPC Maps é possível detectar tanto o perfil dos consumidores por classes sociais até onde gastam seu dinheiro. Os itens básicos lideram o consumo, como manutenção do lar 25,4% (incorporam despesas com aluguéis, impostos, luz-água-gás); alimentação 16.,6% sendo 10,3% no domicílio e 5,1% fora dele e 1,1% com bebidas; saúde, medicamentos, higiene pessoal e limpeza 8,5% ; transportes 7,5%, sendo 5% com veículo próprio e transporte urbano 2,5%; materiais de construção 5,2%; vestuário e calçados 4,7%, seguidos de recreação e viagens 3,5%; educação 2,5%; eletrônicos-equipamentos 2,1%, móveis e artigos do lar 1,8% e fumo 0,4%.

Faixas etárias ampliadas – No estudo deste ano, o viés do consumidor indica que a sociedade brasileira contará com 202,8 milhões de pessoas, sendo 171,9 milhões na área urbana. É de se destacar a ampliação da faixa da população economicamente ativa, dos 18 aos 59 anos, que representam o universo de 121,5 milhões de pessoas, ou seja 60% da população. Aqueles que estão na faixa dos 60 ou mais já somam 23 milhões (ou 11,3%). Os jovens e adolescentes dos 10 aos 17 anos chegam a 27,3 milhões (ou 13,5%). Já a população infantil, de 0 a 9 anos, compreende 30,9 milhões, ou seja 15,2% da população.

Setores da Economia x população – Em 2014, o Brasil conta com 16,9 milhões de empresas. A maior quantidade está na região Sudeste, onde se encontram 49,5% das empresas brasileiras, totalizando 8.365.369 unidades instaladas. A região Sul desponta em 2º lugar, com a participação de 18,7% (3.150.560 unidades), onde há maior quantidade de empresas por habitante: é uma empresa para cada 9,2 habitantes, enquanto na região Norte há uma empresa para cada 19,3 habitantes.

O IPC Maps 2014 permite, ainda, a análise setorial da economia com a apresentação dos segmentos empresariais por localidade segundo o principal ramo de atividade, ou seja, Indústria, Comércio, Serviços e Agronegócios.

Retrato do Brasil em nºs – Além destes destaques, o banco de dados do IPC Maps 2014 possibilita informações através de softwares de geoprocessamento, oferecendo um perfil de cada uma das 5.570 cidades brasileiras e detalhes dos distritos de 21 capitais e principais cidades (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Fortaleza, Belém, Maceió, Natal, Recife, Vitória, Cuiabá, Campo Grande, Florianópolis, Porto Alegre, Manaus, Goiânia, Campinas, São José dos Campos e São José do Rio Preto). Tais cidades contam com a segmentação por ramos de atividade, incluindo quantidade e tipo de empresas, indústrias, serviços (saúde, agências bancárias, educação, etc.) agronegócios, comércio – varejista e atacadista, por exemplo -, além de transmitir informações demográficas e do potencial de consumo da população local.