quarta-feira, 4 de junho de 2014

IFB- Instituto de Food Service Brasil divulga estudos inéditos sobre o segmento no país.

Com o mercado fragmentado, 93% dos estabelecimentos no Brasil são de pequeno porte

O IFB - Instituto de Foodservice Brasil, que tem como missão desenvolver e melhorar o ambiente competitivo do mercado de Foodservice brasileiro, apresentou em primeira mão hoje, 03 de junho, em São Paulo, dois estudos inéditos: um produzido junto aos operadores e outro aos consumidores. À frente da coletiva estavam Tupa Gomes, presidente na América Latina da Martin Brower e presidente do IFB, juntamente com Marcos Gouvêa de Souza, Diretor Geral da GS&MD – Gouvêa de Souza e Ely Mizrahi, VP Food Services da BRF, ambos membros do Conselho, além de Rogério Buhrer Moraes, Diretor Executivo da BFFC.


“Estes levantamentos proporcionarão uma visão e entendimento estruturados sobre o mercado, permitindo a toda cadeia de valor do Foodservice (fabricantes, distribuidores, operadores e prestadores de serviços) se organizar de forma mais eficiente e adequada para atender ao consumidor final”, declara Tupa Gomes, presidente do IFB.

As pesquisas destacam:

Sobre a dinâmica do mercado e seus operadores:

• O mercado brasileiro é bastante fragmentado, onde mais de 80% dos estabelecimentos são independentes; se somarmos a este % também os estabelecimentos que compõem redes pequenas de até 5 estabelecimentos), chegamos a 93% dos estabelecimentos caracterizados por empreendimentos familiares e de pequeno porte;

• Outro fato importante no mesmo sentido é a predominância de estabelecimentos com faturamento bastante pequeno, sendo que 64% deles tem faturamento mensal abaixo de R$ 50 mil;

• Esta realidade contrasta bastante com o perfil das principais redes de alimentação (especialmente, fast-food, como são Bob’s, McDonalds, Burger King, Spoleto, etc), em diversos temas, desde o estágio de profissionalização, os modelos de abastecimento, o apelo ao consumidor, etc;

• Impulsionados pela interiorização do País (e do varejo, por consequência), pela expansão dos shopping centers, pelo aumento e distribuição da renda e pela modernização do consumo, as redes de alimentação crescem a uma taxa acima da média do mercado e dos independentes; porém, ainda representam muito menos do que nos Estados Unidos, onde respondem por mais de 60% do mercado;

• Em que pese este crescimento maior entre as redes, fato é que o mercado brasileiro é ao mesmo tempo jovem e alvo de desenvolvimento contínuo: 11% dos estabelecimentos tem menos de 1 ano de atividade e 41% tem 4 anos ou menos;

• Entre as características que se destacam e que devem ser observadas nos empreendimentos hoje é o movimento ligado à ampliação da capacidade de atendimento dos estabelecimentos via “take-away”, “delivery online”, etc; hoje, ainda encontramos apenas 5% dos estabelecimentos convivendo com ao menos 4 formas de atendimento e outros 27% com 3 formas; estes números deverão se expandir rapidamente nos próximos anos;

• Com esta característica de aberturas de lojas, sejam independentes ou partes de redes, começam a desembarcar no País novas bandeiras e formatos, especialmente num “degrau de cima” em relação aos “fast-foods”, que são os “casual dinings”, como P.F. Changs, Olive Garden, Red Lobster, Cheesecake Factory, etc.

Sobre a dinâmica do consumo e seus consumidores:

• Quanto ao consumo e ao consumidor brasileiro, vemos que ele vem consistentemente alocando cada vez mais peso de seu orçamento com alimentos no Foodservice (quase 1/3 do orçamento de alimentos é consumido fora do lar), porém, ainda estamos bem distantes de padrões americanos ou europeus;

• Em que pese o mercado brasileiro ser mais “novo” e menos estabelecido do que o de outros Países, o principal limitante para crescimentos mais vigorosos é o preço da refeição no Brasil; se compararmos o custo das refeições no Brasil com outros Países, considerando a paridade com o poder de compra em cada local, temos aqui uma refeição custando pelo menos 20% mais cara do que para um americano, e praticamente o mesmo que um consumidor alemão paga por sua refeição, por exemplo;

• Como consequência, verificamos que a frequência com que o brasileiro realiza refeições fora de casa está entre as menores do mundo, com 1,3 vezes/dia, tomando apenas aqueles que afirmam ter realizado refeições fora de casa;

• Uma constatação bastante importante, que desfaz qualquer mito sobre a associação direta do Foodservice com o lazer e o entretenimento é que o consumo ocorre prioritariamente nos dias de semana (mais de 70%) e o principal momento de refeição (que chamamos de “day-part”) é o almoço, com mais de 34% de todas as refeições do dia todo;

• Cabe um destaque para uma forte incidência de pessoas que consomem também um “lanche da tarde”, que já aparece como o 2º momento mais importante do dia no consumo fora do lar;

• E, quando buscamos entender as razões que levam um consumidor a escolher os locais em que realiza suas refeições fora do lar, duas conclusões muito importantes: primeiro: é o relacionamento e a conveniência que motivam a decisão (afirmações como “gosto de lá”, “a localização é conveniente” e “sempre vou lá” são as 3 mais frequentes); segundo: os “motores” da escolha do estabelecimento pelo consumidor no Brasil são basicamente os mesmos de outros Países em que o Foodservice é mais desenvolvido.