sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Preços nos supermercados paulistas sobem em novembro

Índice de Preços dos Supermercados (IPS/APAS) registra alta de 1.27% e inflação atinge 7,33%

Os preços nos supermercados de São Paulo tiveram alta de 1.27% em novembro em comparação com o mesmo período de 2013, segundo o Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS/FIPE.

Preços tiveram alta de 1,27%
No acumulado do ano (de janeiro a novembro), a inflação registrou alta de 7,33%. A título de comparação com novembro de 2013, a inflação acumulada no ano era de 2,92%.

Segundo análise do gerente do departamento de Economia e Pesquisa da APAS, o economista Rodrigo Mariano, a alta verificada em novembro foi puxada pelo aumento de 9,36% nos preços dos Produtos In Natura (frutas, legumes e verduras, e os tubérculos). As frutas tiveram alta de 7,15%; o dos legumes, 7,58%; verduras, 4,66% e tubérculos, 23,49%.

Os fatores climáticos e a entressafra agravam a falta do produto nas gôndolas, pressionando o aumento nos preços. Este fato vem sendo verificado no caso da batata e do limão (itens que mais apresentaram alta nos últimos meses).

O preço da batata subiu 60,02% e a tendência é de continuidade da elevação, uma vez que a região sul do país está no início de sua produção e o estado de São Paulo está no término, gerando um período de entressafra.

Já o limão, com alta de 70,95% em novembro influenciada pelo clima mais seco, tem o período de safra entre os meses de junho e setembro, o que deverá apresentar elevação mais moderada nos preços.

Outro segmento que apresentou alta dos preços em novembro foram as carnes bovinas e suínas (3,08% e 3,23%, respectivamente). Com relação às carnes bovinas, a estiagem tem provocado a diminuição da qualidade do pasto, sendo necessária a utilização da ração animal para a alimentação dos bovinos, o que encarece o custo da produção e consequente aumento nos preços. Outro fator de destaque está relacionado à elevação na quantidade de carnes exportadas, que afeta a disponibilidade do produto no mercado interno. Em novembro, as maiores elevações foram verificadas nas carnes: alcatra (5,56%), contrafilé (5,85%) e patinho (2,90%).

Os preços dos semielaborados de modo geral (carnes, cereais e leite) apresentaram elevação em novembro de 0,19% impactados diretamente pela alta nos preços das carnes bovinas (3,08%), carnes suínas (3,23%) e cereais (2,14%). Em 12 meses, a elevação dos preços dos semielaborados foi de 5,76% e no acumulado do ano (janeiro a novembro) a alta foi de 6,91%.

Os preços dos produtos industrializados apresentaram ligeiro crescimento em novembro com variação de 0,49% devido aos preços de derivados de carne (0,61%) e do leite (0,23%).

Os preços das bebidas alcoólicas apresentaram alta em novembro, com variação de 1,22%, reflexo da elevação do preço da cerveja em 1,17%. Em 12 meses a alta nos preços foi de 10,40% e no acumulado do ano (janeiro a novembro) a alta foi de 8,92%. As bebidas não alcoólicas registram alta de 0,73%, diante da alta, principalmente, nos preços de refrigerante (0,89%). Em 12 meses a alta nos preços foi de 11,31% e no acumulado do ano (janeiro a novembro) a elevação foi de 9,71%.

Os preços dos produtos de limpeza apresentaram alta de 0,17% impactados pela elevação no preço do sabão em pó (0,99%) e sabão em barra (0,78%). Em 12 meses, a elevação nos preços dos produtos de limpeza foi de 11,03%. Já no acumulado de janeiro e novembro, houve alta de 10,22%.

Os artigos de higiene e beleza apontaram alta de 0,66% impactados pela elevação nos preços do creme dental (1,28%), escova dental (0,87%) e shampoo (0,26%). Em 12 meses, a elevação nos preços dos artigos de higiene e beleza foi de 7,82%. Já no acumulado de janeiro e novembro, houve alta de 7,61%.

Queda - Panificados e alimentos prontos tiveram queda nos preços (-0,33% e -0,93%, respectivamente), o que contribuiu para uma maior estabilidade do segmento de produtos industrializados. Em 12 meses, a elevação nos preços dos produtos industrializados foi de 5,84% e, no acumulado do ano (janeiro a novembro), a alta foi de 5,25%.

Plano Real - Na avaliação desde a criação do Plano Real, em 1994, os preços mostram elevação mais moderada no setor supermercadista. O IPS/APAS apresentou variação acumulada de 166,18%; o IPCA/IBGE (São Paulo) - Alimentos e Bebidas -, 338,10%; o IPCA/IBGE (Brasil) - Alimentos e Bebidas -, 354%; o IPC-FIPE, 276,96% e o IPA/FGV 517,45%.

Sobre a APAS- A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade conta com 1,2 mil associados, que somam 2,8 mil lojas.