sábado, 19 de setembro de 2015

Faturamento das micro e pequenas empresas cai 5,7% em julho

Foi a sétima queda seguida da receita na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo o Sebrae-SP

Em mais um mês de resultados ruins, as micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo registraram em julho queda de 5,7% no faturamento real (já descontada a inflação) em relação ao mesmo período de 2014. Foi o sétimo recuo seguido na comparação com igual mês do ano anterior. A receita total das MPEs em julho foi de R$ 47,6 bilhões, R$ 2,9 bilhões a menos do que a de um ano antes. Os dados são da pesquisa Indicadores Sebrae-SP.

A nova derrocada no faturamento das MPEs é consequência da diminuição da demanda, tanto das famílias quanto de outras empresas, já que os pequenos negócios dependem muito do mercado interno.

“A crise econômica continua deteriorando o faturamento das micro e pequenas empresas. São sete meses de redução nos ganhos por conta da conjuntura desfavorável. Desemprego, inflação e juros em alta, famílias consumindo menos e empresas comprando menos de outras empresas compõem um cenário adverso que prejudica empreendimentos em todas as áreas”, afirma o presidente do Sebrae-SP, Paulo Skaf.

Em julho, o faturamento das MPEs da indústria caiu 9,5% ante igual mês de 2014. Na mesma comparação, os setores de serviços e comércio apresentaram queda de 7,3% e 3,3% na receita, respectivamente.

Segundo a pesquisa do Sebrae-SP, o Grande ABC registrou redução de 17,7% no faturamento sobre julho de 2014. O município de São Paulo teve recuo de 9,4% no mesmo período, a Região Metropolitana de São Paulo apresentou diminuição de 7,9% e o interior fechou o mês com baixa de 3,5% na receita.

“O enfraquecimento da atividade econômica não poupou nenhuma região do Estado de São Paulo”, diz o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano. “No Grande ABC a queda foi mais acentuada porque em julho de 2014 a região teve alta de 8,2% na receita enquanto a média do Estado teve queda de 4,6%. Essa base de comparação jogou ainda mais para baixo o resultado do Grande ABC”, explica.

No acumulado de janeiro a julho, o faturamento das MPEs paulistas caiu 11,1% na comparação com os primeiros sete meses de 2014. As quedas, no período, por setores foram: serviços, -12,2%; comércio, -11% e indústria, -8,8%.

Empregos e renda

No período de janeiro a julho, as MPEs do Estado de São Paulo aumentaram em 1,9% o total de pessoal ocupado (sócios-proprietários, familiares, empregados e terceirizados) sobre o acumulado dos sete primeiros meses de 2014.

Em sentido contrário foram a folha de salários paga pelas MPEs, que registrou queda real de 0,8% em igual período, e o rendimento dos empregados, que diminuiu 1,5%, já descontada a inflação.

Expectativas

A pesquisa também apurou, em agosto, a expectativa dos donos de MPEs paulistas quanto ao faturamento de seus negócios, nos próximos seis meses. Para 61% deles, haverá estabilidade nesse aspecto nos seis meses seguintes; um ano antes essa era a opinião de 59%. Já a parcela dos que esperam aumento da receita está menor: eram 27% em agosto de 2014 e agora são 18%. A expectativa de piora é compartilhada por 10% dos proprietários de MPEs (eram 6% em agosto de 2014).

No que diz respeito ao País, houve aumento no número dos que acreditam em piora da atividade econômica nos próximos seis meses. De 22% em agosto de 2014, esse grupo agora reúne 35% deles. No entanto, 43% falam em estabilidade, ante 53% há um ano. Para 14% a atividade econômica vai melhorar; eram 17% em agosto de 2014.

A pesquisa

A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é realizada mensalmente, com apoio da Fundação Seade. São entrevistados 2.700 proprietários de MPEs do Estado de São Paulo por mês. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.