quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Perda de vendas nos supermercados cresceu 19% em setembro

Vendas perdidas por faltas de produtos alcançou 3,20% e é o maior desde outubro de 2014, segundo a NeoGrid. Índice mostra a porcentagem de vezes que o consumidor tentou encontrar determinado item e ele não estava disponível para compra nas prateleiras


Perder vendas em um momento de instabilidade econômica não é o melhor negócio. Ainda mais quando houve demanda do consumidor. Mas esse cenário vem crescendo no varejo brasileiro nos últimos meses, segundo dados da NeoGrid. O índice de vendas perdidas devido à falta de produtos nas gôndolas dos supermercados alcançou em setembro o maior número desde outubro de 2014, passando de 2,68% em agosto para 3,20% no mês seguinte. Isso significa que o número de vezes que o consumidor tentou comprar determinado item mas ele não estava disponível na prateleira cresceu 19%.

Tomando como base os valores de venda do mercado supermercadista em 2014 - que faturou cerca de R$ 300 bilhões no ano, de acordo com dados da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) -, a perda de 3,20% ao mês nas vendas representa um valor aproximado de R$ 800 milhões. Para Robson Munhoz, diretor de relacionamento varejo e indústria da NeoGrid, o cenário é prejudicial ao mercado. “Em um momento de incerteza da economia, ter demanda e deixar de atender o consumidor por falhas de reposição de produtos na gôndola é falta grave e afeta a competitividade do varejo e da indústria, que estão deixando de vender”.

Dentre as causas das perdas de vendas apuradas pela NeoGrid, está a falha de execução nas lojas (56,04%). Desse total, 11,22% se referem à gôndola desabastecida (o produto estava disponível no estoque físico, mas a prateleira não foi reabastecida); e 44,82% ao estoque virtual (diferença no número de produtos que consta no sistema de informações da loja e a quantidade que, fisicamente, está disponível para venda ao consumidor).

A outra causa para as perdas é a falha logística. Em 43,21% dos casos, os produtos não estavam disponíveis no varejo ou porque pedido não foi colocado para o fornecedor ou por falha na entrega. “O varejo continua receoso, comprando menos com medo de que a mercadoria fique encalhada na gôndola”, completa Munhoz.

Os dados foram calculados pela solução NeoGrid Supply Chain Benchmark Powered by Nielsen, que traz o conceito OSA (On Shelf Availability), indicador que reúne informações homologadas de mais de 10 mil lojas de varejos do Brasil e que mede, diariamente, a disponibilidade de produtos na gôndola, a venda estimada por produto, por loja e por dia, as causas das faltas desses itens e como corrigi-las. O índice de perda de vendas é baseado em informações de venda média diária dos varejos.