sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Queda de 8,98% em relação a agosto deixa o comércio de Caxias do Sul (RS) no vermelho

Apesar do mês de setembro historicamente ser fraco para o setor, desempenho negativo é reflexo da situação econômica do momento

Economista Maria Carolina Gullo, Carlos Rhein, presidente da CIC Caxias e, Ivonei Pioner, diretor da CDL Caxias 
O comércio em geral, em setembro, não apresentou crescimento positivo em nenhum dos ramos. A queda em relação a agosto de 2015 foi de 8,98% e em relação a setembro de 2014 foi de 33,99%. Em relação a setembro de 2014, o único segmento que apresentou crescimento positivo foi o de produtos químicos, do ramo mole, um crescimento de 8,13%. Em relação a agosto de 2015, no ramo duro, os segmentos de “óticas, joalherias e relojoarias” (6,23%), o de “materiais elétricos” (8,52), o de “eletrodomésticos, móveis e bazar” (18,97%) e o de “implementos agrícolas” (4,73%) apresentaram crescimento positivo.

No ramo mole, na relação com agosto de 2015, apenas o segmento de produtos químicos cresceu 4,73%. No acumulado do ano e, em doze meses, apenas dois segmentos apresentam crescimento: materiais de construção (21,70%) e produtos químicos (7,66%).

Segundo Maria Carolina Gullo, assessora de Economia e Estatística da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul, o comércio apresentou, de certa forma, números condizentes com o período do ano e com a situação econômica do momento. “O mês de setembro, tradicionalmente, é um mês de pouco movimento no comércio, mas a queda em relação ao mesmo período do ano passado tem relação direta com a situação econômica que estamos vivendo”, explica.

Em relação aos empregos, no mês de setembro o movimento de aumento do desemprego continuou. O comércio apresentou um saldo negativo de 106 vagas, enquanto serviços 177 negativos. A indústria continua liderando o processo de enxugamento de vagas e apresentou um saldo negativo de 809 vagas.

No ano, são 7.281 vagas de saldo negativo na indústria de transformação e 1.019 no comércio, além de 226 no setor de serviços. Juntos, este três setores fecharam 8.526 vagas até o momento (setembro).

Inadimplência:

As consultas realizadas pelos lojistas junto ao sistema SPC diminuíram, tanto em relação a agosto/15 (5,04%), como a setembro/14 (12,98%). O mesmo movimento aconteceu com as consultas realizadas pelos consumidores junto ao balcão do SPC para saberem de sua situação de crédito: houve diminuição na comparação com os dois períodos: diminuíram 18,04% em relação ao mesmo período de 2014 e, em relação ao mês anterior, diminuíram 3,57%.

Em relação a inadimplência verifica-se que houve diminuição (62,45%) em relação ao mesmo período do ano anterior na inclusão de débitos, mas um aumento (27,47%) na comparação com agosto de 2015. Já as exclusões de débitos diminuíram em relação aos dois períodos: 32,05%em relação ao mesmo período do ano anterior e, 26,10% em relação ao mês anterior.

Em relação aos cheques, nas inclusões houve aumento em relação aos dois períodos: setembro/14 (28,01%) e agosto/15 (40,99%). Nas exclusões de cheques, houve diminuição (14%) em relação ao ano passado e aumento (18,89%) em relação a agosto de 2015.

Por fim, a inclusão de CPFs aumentou nos dois comparativos: 4,36% em relação ao mesmo período do ano passado, e 0,94% em relação ao mês anterior.

Para a economista, o fraco desempenho do comércio no mês de setembro também pode ser medido pela baixa procura dos consumidores ao balcão do SPC para saber da sua situação creditícia e também da diminuição do número de consultas dos lojistas junto ao sistema SPC. “Como consequência destes movimentos tem-se o aumento no desemprego com saldo negativo de vagas nos principais setores da economia: indústria, comércio e serviços. Mas o que preocupa mais é o aumento do número de CPFs inscritos na base do sistema SPC que continua subindo a cada mês, portanto a inadimplência no município não mostra sinais de queda no curto prazo”, comenta Maria Carolina.