segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Setor de drogarias, perfumes e cosméticos segura vendas e cresce 4,77%

Brinquedos e material esportivo também vêm se destacando

Com a desaceleração da economia alguns setores do comércio estão enfrentando dificuldades em manter o ritmo das vendas, mas este não é o caso do segmento de drogarias, perfumes e cosméticos. Isto é o que mostra o Indicador de Vendas de setembro da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). No acumulado deste ano (Jan.15-Set.15), as vendas deste setor registraram crescimento de 4,77%, na comparação com o mesmo período de 2014.

Marco Antonio Gaspar, da CDL/BH
Segundo o vice-presidente da CDL/BH, Marco Antônio Gaspar, o aumento se deve, principalmente, ao baixo custo unitário dos cosméticos e que na maioria das vezes dispensa o uso do crédito. “Além disso, a aquisição desses produtos está diretamente ligada à elevação da autoestima do consumidor”, afirma. “O belo-horizontino dificilmente deixa de consumir itens relacionados à sua estética”, completa.

A alta das vendas de drogarias, perfumes e cosméticos também se manteve em outras bases de comparação. O crescimento de 1,65% foi registrado em setembro ante o mês imediatamente anterior (Set.15/Ago.15). E o aumento foi ainda maior quando comparado com o mesmo mês do ano anterior (Set.15/Set.14), período onde o setor cresceu 5,09%.

Outros setores em alta – No acumulado do ano, outros dois setores também registraram crescimento nas vendas, são eles: artigos diversos que incluem brinquedos, material fotográfico, computadores e acessórios, artefatos de borracha e plástico, discos e fitas, óticas, caça e pesca, cutelaria e material esportivo (2,56%) e supermercados e produtos alimentícios (0,82%).

Os setores que apresentaram queda, nesta mesma base de comparação, foram: veículos novos e usados – peças (-8,28%), máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-6,58%), tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-6,45%), ferragens, material elétrico e de construção (-6,50%) e papelarias e livrarias (-5,28%).

Na comparação com o mês imediatamente anterior (Set.15/Ago.15), as vendas que registraram crescimento correspondem aos setores de supermercados e produtos alimentícios (0,35%) e artigos diversos (0,78%). Apresentaram queda os setores: papelarias e livrarias (-6,25%), tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-5,36%), máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-2,89%), veículos novos e usados – peças (-2,53%) e ferragens, material elétrico e de construção (-2,33%).

Comparado com o mesmo mês do ano anterior (Set.15/Set.14), os setores que cresceram foram: artigos diversos (0,69%) e supermercados e produtos alimentícios (0,37%). Os segmentos que tiveram queda são: veículos novos e usados – peças (8,08%), papelarias e livrarias (-6,72%), tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-6,09%), máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-5,25%) e ferragens, material elétrico e de construção (-4,38%).

Vendas do comércio – Os dados da CDL/BH também apontam a queda de 0,91% nas vendas do varejo da capital em setembro, na comparação com o mês imediatamente anterior (Set.15/Ago.15). O vice-presidente da CDL/BH atribui à queda a pressão inflacionária sobre a renda das famílias. “Em agosto, a taxa de inflação estava em 0,22%, mas foi para 0,54% em setembro”, explica. “Por menor que seja o aumento, o impacto é sentido diretamente no bolso do consumidor”, completa.



Na comparação com o mesmo mês de 2014 (Set.15/Set.14), as vendas do varejo caíram -2,94%. No acumulado do ano, o resultado também foi negativo (-3,29%). Para Gaspar, os dados mostram o efeito da desaceleração da atividade econômica no comércio. “Fatores como a inflação em alta, juros em patamares maiores e aumento da taxa de os consumidores deixam o consumidor mais cauteloso quanto ao consumo”, afirma. “Eles acabam priorizando a aquisição de itens básicos e evitando o que é considerado supérfluo”, finaliza.