sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Justiça aceira pedido de recuperação judicial da GEP

O juiz Marcelo Barbosa Sacramone, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, aceitou nesta quarta-feira (3) o pedido de recuperação judicial do grupo varejista GEP, dono das marcas Luigi Bertolli e Cori, entre outras. O plano de recuperação judicial deve ser apresentado em 60 dias, e o administrador judicial será a KPMG Corporate Finance.

Gap, controlada pela GEP no Brasil:
"Desempenho muito abaixo do esperado"
As dívidas do grupo somam R$ 513,254 milhões. O pedido de recuperação judicial foi protocolado na sexta-feira (29) pelo escritório Renato Mange Advogados Associados.

O GEP opera 97 lojas no país, sendo 46 Luigi Bertolli, 18 Emme, 16 Cori, 10 GAP e 7 Offashion. O grupo possui 1.600 funcionários e, em 2015, o faturamento foi de R$ 544 milhões, conforme dados do pedido de recuperação judicial.

“Embora o Grupo GEP tenha crescido, em quantidade de lojas, 10% ao ano, em média, entre 2008 e 2014, a deterioração do cenário macroeconômico em 2015 impactou negativamente nos resultados das empresas”, diz o pedido de recuperação judicial.

Outra justificativa apresentada no pedido de recuperação judicial é que a marca americana GAP “enfrenta, atualmente, uma grave crise mundial, porque não se atualizou ao modelo fast fashion e cometeu erros consecutivos em suas coleções”.

O GEP, franqueado exclusivo da marca GAP no país, afirma que a crise mundial da marca americana prejudicou seu desempenho. “De fato, as vendas dessa [GAP] no Brasil vêm apresentando desempenho muito abaixo do projetado”, diz o documento.

A primeira loja da GAP no Brasil foi aberta em setembro de 2013.

“Esses fatores negativos obrigaram o Grupo GEP a tomar diversos empréstimos no mercado financeiro para custear suas operações”, argumenta.

Ainda segundo o documento, a crise político-econômica brasileira contribuiu para aumentar consideravelmente o custo do financiamento das empresas nacionais decorrente da forte alta dos juros no país.

O GEP diz também que a operação de algumas lojas se tornou inviável, pois o custo de locação em shopping centers continuou a aumentar, enquanto o faturamento diminuía, gerando desequilíbrio econômico-financeiro.

Fonte: Folha de S.Paulo