domingo, 10 de julho de 2016

Antecipação de recebíveis: remédio ou veneno?

Por Fabricio Costa*

Seja para investir no seu negócio ou para cobrir alguma despesa extra no caixa, as empresas veem na antecipação de recebíveis uma forma de conseguir crédito para saldar as contas. A antecipação nada mais é do que transformar as vendas parceladas no cartão de crédito em dinheiro vivo, por meio do banco ou de uma adquirente para necessidades emergenciais.

Uma das grandes vantagens da antecipação, em comparação a outras linhas de crédito, é que o lojista não está utilizando dinheiro emprestado, mas sim o capital da sua empresa. Por isso, as taxas são menores por exemplo - as taxas praticadas pelos bancos para empréstimos bancários são de 7,56% ao mês, enquanto a antecipação tem juros em torno de 1 a 2% ao mês.

No entanto, há certos perigos nessa prática. Antes de recorrer a essa opção, três questões precisam ser consideradas:

É preciso mesmo antecipar esses valores ou é possível cortar outros gastos dentro da empresa?

Diminuir custos dentro do negócio, reduzir o estoque ou despesas com materiais de papelaria, por exemplo, pode ser mais viável do que adiantar um recebível e pagar taxas em cima dessa operação. É recomendado analisar a fundo os gastos mensais do seu negócio antes de decidir por essa antecipação.

Lá na frente sua empresa vai ter condições de cobrir o dinheiro que iria receber, mas que vai utilizar agora?

Como qualquer outra linha de crédito, se não for bem pensada pode virar um grande problema para o lojista no futuro. Por isso, é imprescindível montar um planejamento financeiro, com uma projeção de fluxos de caixa, caso a antecipação se mostre a melhor opção.

Qual é a melhor alternativa, recorrer ao banco ou a adquirente?

É necessário avaliar se é mais barato recorrer a adquirente ou ao banco para essa operação. Vale a pena entrar em contato com ambos e verificar quem vai oferecer a melhor taxa, antes de fechar qualquer negócio.

Pensar nesses três pontos ajuda o lojista a tomar uma decisão consciente na hora de decidir se a empresa deve antecipar ou não um recebível.

(*) Fabricio Costa é diretor de novos negócios na Equals, empresa especialista em gestão e conciliação de vendas com cartões de crédito e débito, boletos e outros meios de pagamentos online.