sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Antes um empreendedor criticado do que um crítico sentado

Olá amigos do varejo!

Incrível o episódio do lançamento de um crowdfunding para abrir uma hamburgueria que teria como sócios Bel Pesce, a “menina do Vale”, o blogueiro Zé Soares e o vencedor do reality show “Masterchef” da Bandeirantes, Léo Young.

Leo Young, Zé Soares e Bel Pesce, os ex-empreendedores
Para quem não conhece o termo ainda, crowdfunding é um financiamento coletivo, uma espécie de “vaquinha eletrônica”, numa explicação mais simplista (e ruim, mas de mais fácil entendimento), onde por vezes é oferecido aos colaboradores algum tipo de retorno pela ajuda, como um produto ou serviço em valor ou condição especial ou até mesmo um pequeno brinde, em forma de agradecimento pela contribuição. Por vezes, não há sequer um retorno direto, como no caso da Dilma, onde foi realizado um crowdfunding para custear suas despesas aéreas enquanto licenciada.

Muita gente se incomodou com o fato de serem três pessoas que teriam posses suficientes para bancar o negócio através dos recursos próprios, ou ainda caminhos para conseguir o financiamento de alguma outra forma. Muita gente por exemplo custeou o novo Masterchef, que poderia usar o prêmio para a abertura de uma hamburgueria.

Houve gente que zombou da questão de querer inovar criando apenas uma hamburgueria, e houve gente que zombou das “recompensas” oferecidas em troca da ajuda, como chaveiros, bonés ou para quem topasse investir R$ 10.000,00, uma viagem ao Peru com o trio de empreendedores.

Logo nas primeiras horas da empreitada, foram conseguidos mais de R$ 10.000,00, até que a chuva de críticas chegou. A internet está repleta de haters, chamados assim por simplesmente ter na crítica seu hobbie predileto. Gente que critica a tudo e a todos, mas que infelizmente pouco faz.

Se antes quando só falávamos de futebol, o jargão onde dizia que "todo o brasileiro era técnico da seleção" fazia sentido, hoje com a Internet, todo mundo é especialista em tudo. Ou assim pensa, e critica.

Choveram críticas: Poderiam ter feito com recursos próprios / Poderiam ter inovado e não ser uma hamburgueria / Poderiam melhorar as recompensas / Poderiam oferecer uma participação (equity) em contrapartida da contribuição para com o negócio.

O impacto negativo dos comentários, com um receio de um impacto de mesma magnitude em suas carreiras foi tão forte que os sócios resolveram encerrar o projeto e devolver o dinheiro à quem já havia contribuído.

Apesar de todo o buzz criado, o crowdfunding oferecido era apenas um produto ruim, porém livre para quem quisesse participar, ou não.

Era apenas um negócio, idealizado por seus sócios e com todos os riscos de dar certo ou não. Mesmo que as pessoas simplesmente não gostassem do que estava sendo oferecido, as pessoas simplesmente não precisavam comprar, e o projeto provavelmente não iria para a frente.

Não precisava de todo o estardalhaço contra seus idealizadores, simplesmente massacrados e esculhambados por toda a Internet, gratuitamente. Não houve falsa promessa, não prometeram retorno, não fizeram promessas milionárias. Era venda pura. Compre isso por isso. Uma simples rotina de oferta e demanda.

Houve quem disse que deveriam ter consultado mais pessoas sobre a ideia. Oras! Todo mundo que gosta um pouco de empreendedorismo conhece a frase atribuída à Henry Ford na qual ele dizia que se ele tivesse perguntado para as pessoas o que ele deveria fazer, teriam dito para que ele criasse cavalos mais rápidos! Um pouco do mérito dos grandes empreendedores é a audácia. Sem um pouco de audácia, é difícil romper a inércia do lugar comum.

O que me incomoda nessa história é ter a certeza de que a grande maioria dos críticos eram apenas críticos, sem um pingo de experiência em criar ou empreender algo, e que mesmo as pessoas que tinham experiência, preferiram enxergar uma provável malícia ou malandragem dos empreendedores em questão do que a simples questão de estarem atrás de abrir uma nova empresa, um novo negócio, talvez empregando mais alguém que hoje esteja fora do mercado.

Chega de críticos de sofá! Levante e empreenda! E se todo mundo que tivesse criticado partisse para um negócio próprio também, buscasse também o criticado crowdfunding, mesmo que tivesse posses suficientes? Quão ruim seria o fato?

Que lindo seria se todo mundo estivesse empreendendo?

Que lindo seria se as pessoas fossem antes empreendedores criticados do que críticos sentados?

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
Editor
Falando de Varejo