Incrível o episódio do lançamento de um crowdfunding para abrir uma hamburgueria que teria como sócios Bel Pesce, a “menina do Vale”, o blogueiro Zé Soares e o vencedor do reality show “Masterchef” da Bandeirantes, Léo Young.
Leo Young, Zé Soares e Bel Pesce, os ex-empreendedores |
Muita gente se incomodou com o fato de serem três pessoas que teriam posses suficientes para bancar o negócio através dos recursos próprios, ou ainda caminhos para conseguir o financiamento de alguma outra forma. Muita gente por exemplo custeou o novo Masterchef, que poderia usar o prêmio para a abertura de uma hamburgueria.
Houve gente que zombou da questão de querer inovar criando apenas uma hamburgueria, e houve gente que zombou das “recompensas” oferecidas em troca da ajuda, como chaveiros, bonés ou para quem topasse investir R$ 10.000,00, uma viagem ao Peru com o trio de empreendedores.
Logo nas primeiras horas da empreitada, foram conseguidos mais de R$ 10.000,00, até que a chuva de críticas chegou. A internet está repleta de haters, chamados assim por simplesmente ter na crítica seu hobbie predileto. Gente que critica a tudo e a todos, mas que infelizmente pouco faz.
Se antes quando só falávamos de futebol, o jargão onde dizia que "todo o brasileiro era técnico da seleção" fazia sentido, hoje com a Internet, todo mundo é especialista em tudo. Ou assim pensa, e critica.
Choveram críticas: Poderiam ter feito com recursos próprios / Poderiam ter inovado e não ser uma hamburgueria / Poderiam melhorar as recompensas / Poderiam oferecer uma participação (equity) em contrapartida da contribuição para com o negócio.
O impacto negativo dos comentários, com um receio de um impacto de mesma magnitude em suas carreiras foi tão forte que os sócios resolveram encerrar o projeto e devolver o dinheiro à quem já havia contribuído.
Apesar de todo o buzz criado, o crowdfunding oferecido era apenas um produto ruim, porém livre para quem quisesse participar, ou não.
Era apenas um negócio, idealizado por seus sócios e com todos os riscos de dar certo ou não. Mesmo que as pessoas simplesmente não gostassem do que estava sendo oferecido, as pessoas simplesmente não precisavam comprar, e o projeto provavelmente não iria para a frente.
Não precisava de todo o estardalhaço contra seus idealizadores, simplesmente massacrados e esculhambados por toda a Internet, gratuitamente. Não houve falsa promessa, não prometeram retorno, não fizeram promessas milionárias. Era venda pura. Compre isso por isso. Uma simples rotina de oferta e demanda.
Houve quem disse que deveriam ter consultado mais pessoas sobre a ideia. Oras! Todo mundo que gosta um pouco de empreendedorismo conhece a frase atribuída à Henry Ford na qual ele dizia que se ele tivesse perguntado para as pessoas o que ele deveria fazer, teriam dito para que ele criasse cavalos mais rápidos! Um pouco do mérito dos grandes empreendedores é a audácia. Sem um pouco de audácia, é difícil romper a inércia do lugar comum.
O que me incomoda nessa história é ter a certeza de que a grande maioria dos críticos eram apenas críticos, sem um pingo de experiência em criar ou empreender algo, e que mesmo as pessoas que tinham experiência, preferiram enxergar uma provável malícia ou malandragem dos empreendedores em questão do que a simples questão de estarem atrás de abrir uma nova empresa, um novo negócio, talvez empregando mais alguém que hoje esteja fora do mercado.
Chega de críticos de sofá! Levante e empreenda! E se todo mundo que tivesse criticado partisse para um negócio próprio também, buscasse também o criticado crowdfunding, mesmo que tivesse posses suficientes? Quão ruim seria o fato?
Que lindo seria se todo mundo estivesse empreendendo?
Que lindo seria se as pessoas fossem antes empreendedores criticados do que críticos sentados?
Um grande abraço e boas vendas
Caio Camargo
Editor
Falando de Varejo