Podemos criar quantas datas sazonais nos parecerem interessantes, mas o varejo e suas marcas precisam entender que o bolso do brasileiro é um só.
Há três anos estamos assistindo uma importância cada vez maior da data no calendário sazonal do varejo. Digo isso, pois foi em 2013 que o varejo físico, ainda que de maneira tímida resolveu adotar de vez a data em seu calendário, antes restrita somente aos varejistas online, em especial os de eletrodomésticos.
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Em meio à turbulências econômicas e políticas, o varejo tenta descobrir qual será o resultado de suas vendas de Natal.
O espetacular resultado obtido pelo varejo online na data, com um volume de pedidos maior em até 60% em relação ao ano passado, acabou refletindo em um resultado não tão interessante para o varejo físico. Se no ano passado o varejo descobriu que valeria a pena estender o máximo possível a data, criando black weeks (semanas) ou black weekends (finais de semana), o varejo físico amargou um final de semana de resultados longe da farra dos anos anteriores, com um sábado quase em ritmo normal, e um domingo ruim para a grande maioria das marcas, abaixo do esperado.
É notório que um movimento de vendas como esse registrado pelo varejo online também seja um resultado baseado em uma antecipação de compra por parte do consumidor. Em meio à crise e à escassez de dinheiro, uma data como a Black Friday ainda soa como uma oportunidade de boas ofertas ainda melhores que no Natal, que antes da Black Friday, inclusive levava a fama de um período de preços mais caros, dada a procura.
O resultado disso, é que provavelmente teremos um Natal com vendas muito mais modestas do que o ano passado. Não somente por conta da crise que já seria um fator preocupante, mas até mesmo por essa possível antecipação de compra.
Será mais uma vez, o Natal da lembrancinha, e neste ano, para poucos. Os parentes ou amigos mais distantes ficarão sem presente.
Em tempos onde a viralização é um alvo a ser perseguido por uma campanha, viralizamos a Black Friday e adoecemos o varejo.
Um grande abraço e boas vendas
Caio Camargo
Editor - Falando de Varejo