quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Faturamento do varejo na região de Araraquara cresce 8,3% em setembro e registra o melhor desempenho do Estado

Segundo pesquisa da FecomercioSP, comércio varejista da região faturou R$ 1,3 bilhão no mês e cresceu 0,9% no acumulado em 12 meses

Em setembro, o faturamento real do comércio varejista na região de Araraquara atingiu R$ 1,3 bilhão, alta de 8,3% em relação ao mesmo mês de 2015 - o melhor desempenho entre todas as 16 regiões do Estado de São Paulo. No acumulado dos nove meses do ano, a elevação foi de 4,6% e, nos últimos 12 meses, houve alta de 0,9%. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).

Seis das nove atividades analisadas apresentaram crescimento em setembro no comparativo com o mesmo mês de 2015. Os setores de lojas de vestuário, tecidos e calçados (25,3%), supermercados (16,2%) e outras atividades (8%) foram determinantes para o resultado positivo, e juntos, contribuíram com 8,4 pontos porcentuais (p.p.) para o resultado geral.

Por outro lado, os segmentos de lojas de móveis e decoração (-58,4%), eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-16,3%) e autopeças e acessórios (-15%) foram os únicos que registraram quedas, e em conjunto, impactaram negativamente em 2,1 p.p. nas vendas em setembro.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, esta foi a oitava alta consecutiva nas vendas do comércio da região e a tendência continua positiva até porque a base de comparação é fraca, ou seja, em outubro e novembro do ano passado o comércio varejista da região de Araraquara recuou 10,6% e 10,3%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2014. Além disso, o fato de seis setores exibirem alta nas vendas consolida a trajetória positiva do varejo.



Desempenho estadual

Pelo quarto mês consecutivo, o faturamento real do comércio varejista paulista apresentou crescimento na comparação interanual. Em setembro, as vendas do setor cresceram 2,2% em relação ao mesmo mês de 2015 e alcançaram R$ 47 bilhões. Foi o quarto menor resultado para o mês de setembro desde o início da série histórica em 2008. No acumulado do ano, porém, houve retração de 0,7% e em 12 meses, a queda foi de 2,8%.

Apenas três das 16 regiões analisadas pela Federação apresentaram retração no faturamento em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os piores desempenhos foram registrados pelo varejo das regiões de Osasco (-12,3%), São José do Rio Preto (-1,9%) e Bauru (-1,2%). Já os melhores resultados foram observados nas regiões de Araraquara (8,3%), ABCD (6,2%) e Sorocaba (6,2%).

Das nove atividades pesquisadas, quatro mostraram aumento em seu faturamento real em setembro: farmácias e perfumarias (12,1%), outras atividades (5,9%), autopeças e acessórios (5,3%) e supermercados (5,2%) que, juntas, contribuíram com 3,9 pontos porcentuais (p.p.) para o resultado geral.

Os setores de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-14,6%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (-4,8%), lojas de móveis e decoração (-4,6%), concessionárias de veículos (-0,3%) e materiais de construção (-0,3%) registraram retração nas vendas, resultando em uma pressão negativa de 1,7 p.p..

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, o varejo ainda enfrenta um cenário econômico bastante desafiador: a renda permanece em queda, resultado de uma taxa crescente de desemprego em meio a um ritmo muito lento da atividade econômica. O único alento em meio a essa conjuntura, para a Entidade, continua sendo a melhoria da confiança dos consumidores o que, por si só, infelizmente, não é suficiente para sustentar uma retomada significativa do nível atual de consumo.

Expectativa

De acordo com a FecomercioSP, não restam dúvidas que a atual crise econômica em que se encontra o País é de uma gravidade e complexidade profundas, o que vai exigir ações muito incisivas para seu enfrentamento e tempo prolongado para ser resolvida. A queda dos juros básicos já em curso poderá representar um estímulo relativo sobre o nível de investimentos, a variável-chave para recuperação do ritmo de crescimento. Mas, segundo a Federação, trata-se de uma variável de longo prazo de maturação. Neste sentido, a aprovação de medidas de controle dos gastos públicos é imperativa, dada a deterioração das contas do governo e o impacto que provoca sobre a credibilidade do País para os investidores internos e externos.

Essa conjuntura de grandes obstáculos não permite traçar cenários otimistas para o comércio paulista, tanto para o final de 2016 como para o próximo ano, que ainda deverá apresentar um nível de vendas muito contraído, segundo a FecomercioSP. Enquanto não houver reações claras no ritmo do emprego e da renda não se devem aguardar resultados significativos no consumo. Dessa forma, a Entidade estima que ao final de 2016 o varejo mostre crescimento zero em seu faturamento real acumulado e que esse ritmo se repita em 2017.

Nota metodológica

A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades).

Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.