quinta-feira, 27 de abril de 2017

Sobre reforma trabalhista e empregos...

Olá amigos do varejo!

Para quem reclama tanto da reforma trabalhista: já tentou empreender algo? Já tentou entender as barreiras que travam o crescimento das pequenas empresas, que travam mais contratações, que travam mais investimentos?

Temos que parar com esse pensamento absurdo de que todo patrão/empresário vive com foco em esfolar ou querer “escravizar” seus empregados. Sim, e esse é um pensamento absurdo porque "empresário", no sentido de dono do negócio também é o Seu João, pedreiro que contrata o ajudante, a dona Maria que contrata uma vendedora para sua lojinha, a dona Teresa do bar que precisa contratar um garçom e por aí vai, todos eles sendo regidos pelas mesmas leis das grandes empresas, mas com muito menos força de reação do que essas, principalmente em um mercado de crise.

Num país onde há uma crise como a nossa, é o emprego que irá fazer a roda da economia girar. Mais gente empregada, segura, é mais gente consumindo. Mais gente consumindo, é mais gente produzindo, é mais gente em fábricas, mais gente recebendo salários, e por consequência ainda mais gente consumindo e por aí vai.

No país das contradições, se trabalhar para empresas que visam grandes lucros deveria ser algo nocivo ao trabalhador, por que ainda empregos em bancos ou estatais são considerados "empregões" pela grande maioria da população?

Em minha humilde opinião, todos nós trabalhadores deveríamos nos enxergarmos como empresas, prestando serviços à outras empresas e sendo pagos de maneira correta por isso.

CLT: Liberdade ou prisão?
Do que adianta o governo levar tanto de seu salário todos os meses, se o retorno ao fim de sua vida será pífio se comparado a qualquer outro tipo de investimento que você mesmo faça? O problema do brasileiro é pensar somente no hoje. Eu sou a favor sim de que os supostos “direitos trabalhistas” sejam revistos, desde que junto com isso, haja uma menor oneração aos trabalhadores de forma geral. Até mesmo que não haja previdência, mas que não haja impostos diretos ao trabalho.

Pense: Não seria melhor você ter a real oportunidade de gerar sua riqueza? De ser pago pelo o que produz? O que te impede hoje? Ser assalariado? Temos que mudar o mindset do trabalhador brasileiro. Todo trabalhador deve se entender como um empreendedor, construindo e progredindo sua carreira e seus ganhos tal como uma empresa faz com seu negócio.

Aqueles que apostam em salários cada vez mais minguados e por isso são contra, em um mercado que tenha capacidade de se tornar novamente competitivo e de livre concorrência, quem quiser pagar pouco, terá dificuldades em contratar.
Duvida? Pense no cenário de pleno emprego que tivemos há alguns anos atrás. Estava difícil contratar talentos para as empresas, com uma economia que parecia a todo vapor. O único ponto frágil desse sistema era que se tratava de uma economia falsa, fomentada pelo governo e que causou todo esse rombo nas contas que ajudou a construir a crise que estamos vivendo, com o resultado de um Estado falido e com dificuldades para retomar o crescimento.

Se criarmos os mecanismos para crescermos, se soltarmos as amarras que nos prendem, poderemos empreender e nos empreender novamente.

Estamos falando literalmente em “tirar o gesso” da competitividade, do livre mercado e do crescimento. Lutar para deixar como tudo está, é engessar o processo e vermos resultados ainda mais amargos em um futuro próximo. É adiar o inevitável.

De fato, toda essa revolução hoje está nas mãos de políticos totalmente descreditados de ética ou confiança pela esmagadora maioria da população (inclusive eu), mas ao mesmo tempo, são revisões que precisam ser feitas hoje e agora, sem mais o que esperar. A cada dia, mais empresas não estão conseguindo segurar a situação, e demitindo.

Quem está fora do mercado está levando mais de um ano para se recolocar.

Estamos minguando o dinheiro em circulação, gerando uma espiral cada vez mais negativa, com menos consumo e produção, gerando uma força cada vez mais difícil de se combater.

Em minha humilde opinião, somos mais escravos de algumas leis que amamos do que imaginamos.

Caio Camargo | Editor | Falando de Varejo | www.falandodevarejo.com