quarta-feira, 6 de março de 2019

Para que dados?

Dados. É incrível ver as oportunidades e possibilidades criadas pela Revolução Digital. A quantidade de informação que hoje geramos sobre nossas preferências, hábitos e anseios é gigantesca, e tem aumentado em escala geométrica, dobrando seu tamanho de maneira cada vez mais rápida. É o tal do Big Data.


Para muitos, dados são como petróleo. Ouro puro. Mas é fato que para que o petróleo tenha seu valor, faz-se necessário bombeá-lo para fora da terra, colocá-lo em barris, refiná-lo, armazená-lo e distribuí-lo.

Dados virtuais funcionam da mesma maneira. Ainda não temos formada a geração que saberá usar os dados explorando suas possibilidades. Mais do que gerar as respostas, ainda temos dificuldade em criar “perguntas” que possam de fato explorar novas oportunidades. Se falarmos apenas do mundo do varejo, não faz mais do que algo entre 5 ou 10 anos desde que o varejo começou a debater a importância do tema. Não deu tempo de criarmos os profissionais que serão formados e preparados para essa tarefa. Ainda estamos “adaptando” estatísticos, matemáticos, economistas e outros profissionais para essa função, de olho em quem melhor se adapta. E isso não é algo isolado no Brasil. É um problema mundial.

Se dados fossem as teclas de um piano, faltam pianistas para escutarmos a música.

Eu acredito que estamos caminhando para um momento que talvez essa lacuna seja preenchida pela inteligência artificial. A capacidade de gerar diversas análises simultâneas sempre será melhor e mais rápida do que o ser humano buscando respostas através dos sistemas de Business Analytics.

E, se até pouco tempo, a inteligência artificial estava limitada apenas à previsão, como prever qual será o volume de vendas de um produto a partir de uma análise complexa do histórico de vendas, margens e rupturas; hoje, mais do que apena as previsões, o avanço da inteligência artificial está começando a entregar de forma mais simples as questões de prescrição, onde além do preditivo, como no exemplo acima, poderia recomendar que uma maior quantidade desse mesmo produto, aliado à uma menor quantidade de um outro produto similar, poderia levar as vendas ou as margens para maiores patamares.

É isso que o varejo busca. Ele quer a ver a mágica funcionando, que o coelho saia da cartola, não importando como ele foi parar lá. Se hoje falamos que a inteligência artificial precisa ser “ensinada” aaa(machine learning, deep learning), podemos falar que num futuro muito, mais muito próximo, os sistemas de inteligência artificial, poderão guiar de maneira quase didática o empreendedor na tomada de decisão, otimizando processos e resultados. O feeling e a expertise terão dado lugar a conclusões e soluções tailor-made criadas através de algoritmos. Departamentos de compras e logística poderão operar de maneira absolutamente enxuta.

Startups que venho conversando vem criando soluções cada vez mais simples e eficientes para a gestão de negócios. Os grandes sistemas das grandes corporações, caros e “pesados demais” para o pequeno varejo perdem cada vez mais espaço para soluções leves e inovadoras, rodando em ambientes como nuvem ou blockchain, em custos cada vez menores. Algo que além de popularizar cada vez mais o acesso à esse tipo de tecnologia, está revolucionando essa indústria como um todo.

Que venha o futuro. Os dados estão lançados.

Um grande abraço,

Caio Camargo
Editor | falandodevarejo.com