Carlos Alves, da Riachuelo |
Algumas marcas têm se expandido online com uma estratégia pensada para vender fast fashion na internet, renovando a linha de roupas mensalmente, com designs exclusivos para cada coleção, um controle de qualidade rígido, bem como valores menores que o das concorrentes. Outras inovações são vídeos para mostrar o caimento das peças e políticas diferenciadas de entrega e devolução.
Mas tanto veteranos quanto recém-chegados estão se mexendo para não perder esse mercado. A gigante Amazon tem 18 marcas próprias de vestuário. Marcas de nicho, como as plus size Dia &Co e a Eloquii, estão aproveitando para abocanhar mercados subatendidos e carentes no varejo tradicional. Novos modelos surgem: as varejistas eletrônicas infantis Kidbox e Mac & Mia oferecem assinaturas, voltadas para famílias com pouco tempo para comprar roupas, com o apelo adicional da curadoria de estilo. Tem dado tão certo que o conceito está sendo adotado também por varejistas como a Gap, tradicionalmente ancorada em lojas físicas.
Um dos grandes desafios é trabalhar com tabelas e referências confiáveis para que o consumidor consiga escolher a numeração sem surpresas. O mercado de vestuário online certamente continuará a crescer à medida que mais pessoas se sintam confortáveis comprando roupas, sapatos e acessórios na web. Nesse sentido, as operações baseadas em lojas físicas, como Macy's, The Children'sPlace e Gap estão investindo em tecnologia omnichannel e ferramentas conectadas. No caminho inverso, a já citada Amaro criou uma conceptstore, a Guide Shop, que pode ajudar a criar uma referência positiva com o consumidor que quer conhecer acabamentos e provar a peça antes de comprar online.
Cada vez mais, os consumidores consideram o comércio eletrônico apenas mais uma forma de comprar coisas, esperando que smartphones, computadores e lojas funcionem entre si sem atrito. Com novas tecnologias e integração do omnichannel, o passeio no shopping de sábado à tarde pode converter vendas em plena quarta à noite, da mesma forma que quem foge de lojas pode não precisar pisar em uma nunca mais, com ajuda de novas tecnologias de smart fitting, como a Virtusize, que ajuda a comparar peças do seu próprio guarda-roupa que te vestem bem com o que você está vendo na tela e imaginando como ficaria em você.
Artigo escrito por Carlos Alves, Diretor de Marketplace da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), Head de E-Commerce na Riachuelo e Vice-presidente da ABLEC sendo um dos precursores dos shoppings virtuais no país e o primeiro lojista a integrar em uma mesma plataforma todos grandes players nacionais.