quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O EBANX e a importância do modelo de negócios

Nos últimos dias, repercutiu muito na imprensa nacional a notícia de que a startup curitibana EBANX é o primeiro unicórnio do Sul do Brasil. A denominação é dada para startups que possuem valor de mercado superior a 1 bilhão de dólares. Agora, o EBANX é o nono unicórnio brasileiro, ao lado de empresas como 99 (transporte), Nubank (fintech), iFood (alimentação) e Gympass (benefícios de academia).

Um dos elementos centrais para as empresas chegarem ao seleto time de unicórnios é possuírem um modelo de negócio claro e único. O EBANX nasceu para simplificar o processo de pagamentos no Brasil, permitindo que pessoas que não possuíam cartão de crédito internacional consumissem produtos e serviços de empresas multinacionais utilizando modos de pagamentos brasileiros, como o boleto bancário. Hoje, o EBANX tem como clientes Airbnb, Spotify, Playstation e AliExpress.



A definição mais conhecida de modelo de negócios (do livro Business Model Generation) fala que “um modelo de negócio descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização”. Geralmente, o modelo é descrito em forma visual na ferramenta do “Canvas do Modelo de Negócio”, que envolve parcerias, atividades principais, recursos principais, proposta de valor, relacionamento com clientes, canais, segmentos de clientes, estruturas de custos e fontes de receitas. A importância do modelo de negócio para o EBANX fica muito claro no relato dos fundadores Alphonse Voigt, João Del Valle e Wagner Ruiz.

A ideia de negócio do EBANX rondava os pensamentos do Alphonse, mas ele precisava de alguém que o ajudasse a desenhar o modelo. Para isso, ele chamou o Wagner, com quem já havia convivido e que já tinha fundado outras oito empresas antes de conhecer o Alphonse. O Wagner abraçou a ideia do EBANX e logo começou a planejar os passos para viabilizar o negócio.

Para construir o modelo de negócios Wagner utilizou o seu conhecimento do mercado financeiro e sua rede de relacionamento com bancos e corretoras. Também foi fundamental estudar todas as regulamentações aplicáveis no negócio.

Os fundadores têm clareza de que hoje a proposta de valor do negócio deles não é apenas ser uma solução de pagamento, o principal valor que eles oferecem é o acesso. Dão as pessoas a oportunidade de comprar produtos e serviços globais, antes inacessíveis para uma grande parcela da população.

Artigo escrito por Josué Sander, coordenador do curso de Graduação em Processos Gerenciais e Professor do Mestrado do ISAE Escola de Negócios, além de ser o facilitador responsável pela disciplina Modelo de Negócios Inovadores do Programa de Inovação do ISAE Inova