segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Especialista faz uma retrospectiva da economia brasileira em 2019 e aponta o que podemos esperar para 2020

O ano de 2019 foi marcado por muitos altos e baixos no âmbito econômico que contou com reduções sucessivas dos juros, como nunca antes na história, altas e quedas históricas da cotação do dólar e mais recentemente o aumento do preço da carne bovina para o consumidor final.


O especialista Eliézer Marins, advogado tributarista e consultor empresarial, fez um balanço sobre a economia brasileira em 2019, apontando erros e acertos e o que podemos esperar para 2020. Confira:

Crescimento da Atividade Industrial

Depois de um início razoavelmente incerto no início do ano, a economia brasileira em 2019 mostrou algum progresso. O fato é recente e amparado na projeção de crescimento da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Segundo o IBGE, a atividade industrial do Brasil fechou o segundo trimestre de 2019 com uma alta de 0,4%. Com base nisso, o crescimento econômico brasileiro projetado pelo setor industrial para o ano ficou em 0,9%.

Como é possível notar, o índice é extremamente modesto. Ainda que isso seja algo positivo, o que alimenta boas perspectivas para 2020, a frustração é igualmente notável. Basta analisar o cenário de modo mais abrangente para se chegar a essa conclusão.

Incertezas da economia brasileira e falta de otimismo inicial

Antes de 2019 surgir, o FMI (Fundo Monetário Internacional) previa um crescimento na faixa dos 4% para países de economia emergente. O otimismo da entidade não ia tão longe, limitando-se quase que totalmente aos países do continente asiático.

Não era o caso, portanto, dos países latino-americanos, como o Brasil. De um modo geral, o FMI previa a modesta projeção de 0,6% para a economia do referido continente. De acordo com a análise do Fundo Monetário, a economia da América Latina estagnou ou regrediu devido essencialmente ao Brasil.

Na época, havia muita incerteza quanto à aprovação de reformas cruciais para o desenvolvimento da economia brasileira em 2019. O cenário indeterminado se refletiu no consumo, pois os brasileiros passaram a refrear as compras. Quando isso acontece, é natural que a produção acompanhe o ritmo de queda, o que realmente aconteceu. Como bem ressaltam alguns especialistas, o consumidor é decisivo para a realização de novos investimentos.

Inflação sob controle

Apesar de tudo isso, a inflação se manteve estável até o fim do primeiro semestre de 2019. Novamente de acordo com dados do IBGE, o índice de inflação registro em julho deste ano se limitou a 0,19%.

Aparente recuperação do desempenho econômico

O recente encaminhamento da reforma da Previdência concedeu novo fôlego à economia brasileira em 2019. No período anterior, é verdade, já havia alguns bons indicadores. Afinal, o segundo trimestre do desempenho econômico do país conquistou um aumento do investimento.

Em comparação com os primeiros três meses do ano, o crescimento foi de 3,2%. Cabe observar que, em relação ao segundo trimestre do ano passado, a alta ultrapassou a margem de 5,2%. Se levarmos em consideração o conjunto dos últimos 12 meses, o acúmulo releva 4,3%.

Investimentos ainda em baixa

Também é importante salientar que, de forma ampla, o nível de investimento no Brasil é inferior ao de 2013. Naquele ano, houve o chamado registro histórico, já que o índice de aplicações financeiras no país ficou acima dos 26,2%.

Veredito

Em resumo, há uma quase unanimidade dos economistas quanto à lentidão da recuperação da economia brasileira em 2019. Com relação ao futuro, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) prevê um crescimento econômico de 2,1% para 2020.