quinta-feira, 30 de abril de 2020

Liga Insights e iDEXO apresentam visão positiva das startups sobre a retomada pós covid-19

O estudo foi realizado com 230 empreendedores brasileiros em diversos setores

75% deles decidiram não demitir, e em alguns casos, houve aumento de equipe durante a pandemia;
42% apostam na retomada do mercado em até três meses.

São Paulo, 29 de abril de 2020 - O Liga Insights, braço da Liga Ventures, que reúne conteúdos e estudos inéditos sobre a atuação de startups em diversos setores, em parceria com iDEXO e InovAtiva, lança o estudo realizado com mais de 230 startups para entender mais a fundo os desafios e impactos encarados pelas startups brasileiras neste cenário de pandemia. Dentre os resultados, os que mais se destacaram foi que 75% deles decidiram não demitir funcionários - e em alguns casos, houve aumento de equipe durante a pandemia -, e que 42% estão otimistas no retorna da economia em até três meses.



"Estamos vivendo em um cenário instável, incerto e, para muitos mercados, paralisado ou em retração, milhares de empreendedores foram obrigados a repensar as estratégias, tomar decisões rápidas e adaptar diversos aspectos do negócio para esta nova realidade. Essa pandemia colocou a inovação à prova e, ao mesmo tempo, a tornou muito necessária", comenta Vítor Andrade, Diretor Geral do iDEXO, que acompanha o amadurecimento das startups há mais de 10 anos.

A recomendação de isolamento social, iniciada na primeira semana de março de 2020, impactou diretamente o nível de atividade de alguns setores da economia. Segundo o estudo, mais de 40% das startups sofreram reduções maiores que 30% na receita mensal, destacando os setores de RH, Comércio/Varejo e Educacional. Embora o segmento de varejo tenha sido um dos mais impactados neste primeiro momento, é um dos que vê maior perspectiva de aumento do número de clientes, devido a mudança do hábito de consumo que passa a ser remoto por conta do isolamento. Isso gera a oportunidade para digitalização dos players, que encontram nas plataformas online a saída para enfrentar a crise.

"Em uma visão geral, todas as startups sentiram reflexos nas receitas e foram obrigadas a revisar a estrutura de custos. Embora para a maior parte delas o número de clientes tenha se mantido, o impacto na receita mensal representou uma redução de 50% ou mais. Quando analisamos o runway, termo em inglês que designa quanto tempo a startup pode permanecer em operação, considerando o valor disponível em caixa e as despesas mensais, um terço das startups encontra-se em situação crítica, com caixa disponível para até três meses", comenta Raphael Augusto, diretor de inteligência de mercado da LIGA Ventures

A fim de prolongar o runway e aumentar o fôlego de vida do negócio, gastos estão sendo reduzidos ou cortados sempre que possíveis, sendo os custos com escritório os principais afetados, já que o home office é o novo modelo de trabalho. Entre outras medidas adotadas, prazos e contratos vêm sendo renegociados com fornecedores e, em alguns casos, suspensos temporariamente. Em paralelo, o investimento em marketing e vendas também sofreu queda, como reflexo das vendas desaquecidas e da paralisação do mercado como um todo.

Já em termos de financiamento, as medidas de crédito ainda não emplacaram como uma alternativa, seja pelas dificuldades dos processos e até mesmo pelas taxas não atrativas ou condizentes com a realidade e perspectivas destes negócios. Mesmo tendo enfrentado significativas reduções de receita, a maioria das startups têm optado pela não demissão do time, mantendo seus colaboradores. O estudo mostra que um quarto das startups fez cortes ou reduções de jornada neste primeiro mês, enquanto 75% delas declararam que irão manter ou, até mesmo, aumentar os times. Em alguns casos, a redução da jornada de trabalho se mostra como uma alternativa à demissão e reflete na confiança em uma rápida retomada do mercado, em 6 meses, para a maioria.

Quando o tema é o futuro próximo, visando a retomada da economia, 42% entendem que isso deve ocorrer em até três meses. Entretanto, assumindo que a retomada da economia do país ultrapasse três meses, um terço dos respondentes deixariam de existir tendo em vista os dados que apontam o período que conseguem manter as operações ou até quando vai a disponibilidade de caixa. Ainda que o cenário seja de incertezas, os fundadores e diretores de startups demonstram um otimismo frente à pandemia, projetando uma retomada dentro ainda dos parâmetros das suas visibilidades atuais, onde 77% dos respondentes consideram que em até 6 meses irão retomar o faturamento médio de antes da crise.

No setor de Logística e Transportes, considerado atividade essencial durante a crise, é o mais otimista dentre os analisados e também o mais crescente, esse percentual é de 90%, enquanto que apenas 53% das HRTechs - startups voltadas para o setor de recursos humanos -, acreditam que a retomada acontecerá em menos de seis meses. A implantação do trabalho remoto, as mudanças em andamento na legislação trabalhista, além da falta de clareza sobre contratações e demissões nos clientes no curto prazo tem tornado ainda mais incerto o cenário para os inovadores em Recursos Humanos. 

Já o setor de Saúde foi um dos mais impactados pela pandemia e tem demandado das startups respostas rápidas em um cenário de mudanças aceleradas. Por outro lado, a sobrecarga do sistema de saúde vai exigir do setor uma maior capacidade de inovar no curto e médio prazos, campo fértil para novas soluções.

"É fato que o cenário de startups no Brasil e no mundo aprendeu muito com os desafios impostos por esse momento, passando pelos empreendedores, investidores, clientes, empresas e até mesmos os influenciadores e imprensa. A inovação é um hábito e os empreendedores deveriam vê-la como uma aliada, que se praticada com consistência, mesmo em tempos de crise, pode contribuir ativamente para o presente e futuro dos negócios", finaliza Raphael Augusto.

Sobre o Liga Insights

Criado pela Liga Ventures em 2017, o Liga Insights (https://insights.liga.ventures/) é uma plataforma que reúne conteúdos relevantes e estudos inéditos sobre a atuação de startups em diversos setores. Pioneiro na organização de informações de inovação e mapeamentos de startups no Brasil, já publicou mais de 25 estudos, pesquisas e mapeamentos, com levantamentos exclusivos sobre áreas como; Alimentos, Agro, Varejo, AutoTechs, HRtechs, Health Techs, Tecnologia Emergentes, Customer Experience, Open Banking entre outras. A iniciativa surgiu como um braço de inteligência da aceleradora e tem como objetivo estudar mercados, mapear inovações e produzir conteúdos de qualidade para que as grandes corporações conheçam como as startups brasileiras estão inovando em diversos setores. No ano de 2020, O Liga Insights conta com o patrocínio da STATE, Indexo, Engie e Derraik&Menezes Advogados.

Sobre a iDexo

iDEXO (Ideias Exponenciais) – É a frente de inovação aberta da TOTVS que gera negócios entre empresas que precisam inovar e startups que têm potencial para crescer. Atualmente, conta com mais de 70 startups que atendem os 12 segmentos da economia em que a TOTVS está presente. Em dois anos, mais de 200 clientes da companhia já tiveram seus desafios de negócio solucionados por uma startup apoiada pelo iDEXO. A conexão com o ecossistema de startups, permite que a TOTVS amplie seu portfólio de soluções aos clientes e ofereça ainda mais agilidade para o processo de inovação das empresas, reduzindo os custos e aumentando a geração de receita.