quarta-feira, 11 de novembro de 2020

O poder do digital na evolução das cidades



Recentemente foi anunciada a concretização da venda da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo. Um aguardado desfecho que irá transformar a antiga planta da montadora em um dos maiores centros logísticos da América Latina.

A localização privilegiada, um ponto de convergência entre as cidades do Grande ABC, a cidade de São Paulo e o litoral paulista, mostra-se com um incrível potencial para atender principalmente a logística de empresas focadas no comércio eletrônico e com alta necessidade de capilaridade logística, favorecendo a rápida distribuição para esses pontos.

Qual a questão importante em um processo como esse?

O Grande ABC, que viveu nas décadas finais do século passado anos de abundância em função das montadoras, devido a questões que vão da globalização à automatização de alguns processos, passando até mesmo por uma revolução no modelo de consumo desse tipo de bem, em que o uso começa a ser mais valorizado do que a posse, viu nos últimos anos o derretimento de algumas dessas indústrias e seu entorno.

Há alguns meses, ao anunciar a decisão de fechamento, até mesmo figuras da política tentaram alguma intervenção ou adiamento, com receio do impacto econômico-social que essa decisão representaria na economia da cidade e sua região.

Esse é um dos emblemáticos casos do poder de transformação e crescimento que as novas tecnologias irão trazer ao mercado.

O novo centro logístico tem a estimativa de empregar mais de 5 mil pessoas, o dobro do que a planta industrial empregava. Um novo centro logístico, focado ou relacionado às empresas com drive digital, poderá mudar todo o papel de seu entorno. Startups, hubs, investidores e demais atores do ecossistema de inovação brasileiro podem acabar se aproximando de um novo centro logístico, atraindo o interesse de escritórios, serviços, lojas, restaurantes, entre outros serviços, que possam funcionar em sinergia com as novas atividades

Pode ser o começo de uma nova etapa, uma nova era para o passado industrial da região do Grande ABC. O começo de uma nova era, digital e focada em serviços, como os novos tempos pedem.

Mesmo em meio à crise que vivemos, o Brasil ainda consegue se destacar como um dos países que mais produzem unicórnios (as startups que valem mais de US$ 1 bilhão).

Movimentos como esse podem favorecer novas empresas a alcançarem os mesmos patamares!

Atenciosamente,

Caio Camargo
Editor | falandodevarejo.com