segunda-feira, 18 de março de 2013

Vendas do varejo crescem em janeiro, mas têm pior desempenho em 10 anos

As vendas no comércio varejista brasileiro iniciaram 2013 com crescimento, revertendo a fraqueza do final do ano passado, ao registrarem alta de 0,6 em janeiro sobre dezembro último, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).



Em dezembro, segundo dados revisados do IBGE, as vendas recuaram 0,4% na comparação com novembro, contra baixa de 0,5% divulgada anteriormente.

Na comparação com janeiro do ano anterior, entretanto, o resultado é o pior dos últimos dez anos para o mês. O crescimento nas vendas nesta comparação foi de 5,9% (veja quadro).

Na avaliação de representantes da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), o desempenho do varejo ficou abaixo das expectativas, considerando o crescimento verificado nos anos anteriores. “Não é um bom resultado, levando em consideração que o Brasil atualmente caminha sobre os menores índices históricos de desemprego. Esperamos resultados melhores em fevereiro, tendo em vista a entrada do novo salário mínimo na economia brasileira”, disse o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.

Para o líder do setor varejista, o fraco crescimento apresentado em janeiro deste ano sobre o mesmo mês de 2012 mostra a perversidade do poder corrosivo da inflação nas relações comerciais. “A inflação diminui o poder de compra do consumidor, o que impacta negativamente no volume de vendas do comércio”, afirmou.

Segmentos

Segundo o IBGE, seis das oito atividades pesquisadas tiveram resultados positivos no volume de vendas na comparação mensal, com grande destaque para equipamentos e material para escritório, informática e comunicação - com avanço de 18,5% (veja quadro). As vendas do comércio varejista ampliado — que inclui o setor automotivo e material de construção — registraram crescimento de 0,3% em janeiro na comparação com dezembro, depois de terem avançado 0,8%no período anterior. O resultado de agora foi pressionado pela queda de 1,2 por cento no segmento de Veículos e motos, partes e peças, depois de terem registrado alta mensal de 3,3% no mês anterior.

Na comparação anual, ainda segundo o IBGE, todas as atividades tiveram resultados positivos, com destaque para a alta de 3,4% para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que exerceu o maior impacto, de 30%, sobre a taxa. “Isso se deve ao aumento do poder de compra da população, decorrente do crescimento da massa de rendimentos, bem como da estabilidade do emprego”, destacou o IBGE.

O setor varejista deve ganhar mais impulso agora com a desoneração dos tributos federais que incidem sobre os produtos da cesta básica. O movimento também ajuda a reduzir a pressão inflacionária que vem preocupando neste início de ano.

Em janeiro, segundo o IBGE, a receita nominal do varejo subiu 1,3% sobre dezembro último — oitavo mês consecutivo de crescimento, com alta de 12,4% na comparação com janeiro de 2012.

Fonte: Brasil Econômico
(via Mercado & Consumo - GS&MD)