sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Franchising se adapta para manter crescimento de 8,3% em 2015

Número de redes em operação no Brasil supera 3.000 marcas e faturamento atinge R$139,593 bilhões

O franchising brasileiro enfrentou a atual realidade econômica do País com resiliência e criatividade. De acordo com a pesquisa do desempenho de 2015 divulgada pela ABF – Associação Brasileira de Franchising, o setor registrou no ano passado um crescimento de 8,3%, atingindo R$ 139,593 bilhões. Entre os destaques revelados pelo balanço do franchising em 2015 está a maior capilaridade das redes, dentro e fora do País. De acordo com a pesquisa, o movimento do franchising para o interior do País se tornou mais intenso, chegando a cidades com menos de 50 mil habitantes.

“Atenta a essa tendência, nos últimos anos, a ABF tem apoiado o mercado, levando informação e capacitando empreendedores por todo o Brasil, tendo a capilaridade como um dos seus pilares estratégicos”, explica a presidente da ABF, Cristina Franco.

O balanço de 2015 também revelou que o crescimento do setor se deu de maneira mais acentuada nas regiões Nordeste e Centro-Oeste em relação aos tradicionais centros de negócios do país. A presença do franchising nos municípios brasileiros atingiu 40% no ano passado, ante a 37% em 2014.


Em 2015, o trabalho em rede demonstrou ser um fator chave para a manutenção do crescimento do setor. As marcas usaram seu poder de negociação e o know-how compartilhado para enfrentar a nova realidade do País. “Essa estrutura permitiu que muitas redes não repassassem integralmente as pressões inflacionárias para o preço final de seus produtos e serviços. Além disso, as franquias, de forma geral, têm ticket médio compatível com o bolso do brasileiro”, afirma Claudio Tieghi, diretor de inteligência de mercado, relacionamento e sustentabilidade da ABF.

Segundo Cristina Franco, a Associação tem acompanhado trimestralmente o desempenho e os desafios das franquias com o intuito de oferecer instrumentos para que o setor atravesse esse período da melhor forma possível. “As redes conseguiram manter um bom ritmo durante os três primeiros trimestres do ano passado, porém o desempenho do último trimestre foi inferior às expectativas, o que refletiu no balanço anual”, afirma a presidente.


EVOLUÇÃO DO FATURAMENTO DO FRANCHISING

90 mil novos postos de trabalho

O estudo da ABF indica que o franchising brasileiro atingiu a marca de 1,189 milhão de trabalhadores diretos em 2015. No ano, foram abertos mais de 90 mil postos de trabalho.


EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EMPREGOS DIRETOS NO FRANCHISING

Aumenta o número de unidades

De acordo com o levantamento, o número de unidades de franquia em operação no Brasil chegou a 138.343 no ano passado, resultando numa expansão de 10,1% em relação a 2014. O movimento de abertura e fechamento de pontos de venda ao longo do ano resultou em um saldo de 12.702 novas unidades franqueadas.


EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE UNIDADES DE FRANQUIAS

Novas redes

Os dados apurados pela ABF indicam que existem no País mais de 3 mil marcas em operação, registrando um aumento de 4,5% no número de redes em relação a 2014. Dessas, 95% são de origem nacional. Em 2015, 131 novas marcas de diferentes segmentos iniciaram operações de franchising. Dentre elas estão Casa Bauducco, Cia. dos Livros, Di Pollini, Espaço Laser e Paris Jóias.


EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE MARCAS

Internacionalização

O estudo indica que 28 marcas iniciaram atividade fora do Brasil no ano passado, totalizando 134 redes brasileiras com operações no exterior. A intensificação da participação das redes brasileiras em missões comerciais, feiras e rodadas de negócios internacionais tem contribuído decisivamente para que cada vez mais marcas made in Brazil operem ao redor do mundo. “O recrudescimento da economia brasileira, a desvalorização do real e a recuperação de mercados como dos Estados Unidos intensificaram o movimento de internacionalização de franquias brasileiras. Nesse sentido, as missões internacionais e o esforço de promoção das redes de forma conjunta entre a ABF e a Apex estão ajudando a pavimentar este caminho, que ainda tem muito a ser percorrido”, afirma Tieghi. Alguns exemplos de mar cas que abriram seus horizontes internacionais são Bibi, Clube Melissa, Lilica & Tigor, Liz e Mundo Verde.
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O mercado mais procurado continua a ser os Estados Unidos, com 37 marcas, seguido de Paraguai (25), Portugal (21), Argentina (16) e México (13). Os segmentos de Alimentação (18%), Esporte, Saúde, Beleza e Lazer (17%), Acessórios Pessoais e Calçados (15%), Educação e Treinamento (12%) e Negócios, Serviços e Outros Varejos (11%) são os mais internacionalizados.

Evolução do faturamento por segmento

De acordo com a pesquisa, Acessórios Pessoais e Calçados apresentou a maior variação de receita, crescendo 12,0% na comparação com 2014. O segmento foi beneficiado, entre outros fatores, pelo profissionalismo na entrega de produtos e serviços, variação cambial e ticket médio baseado no tripé qualidade, design e preço. Marcas como Óticas Carol, Óticas Diniz, Chilli Beans, Carmen Steffens e Havaianas são exemplos dessa expansão.

Registrando um crescimento de 10,2%, Negócios, Serviços e Outros Varejos ficou na segunda posição. Os destaques deste segmento são AM PM Mini Market, BR Mania, Correios, Dia% e Seguralta – Bolsa de Seguros.

Hotelaria e Turismo alcançou o terceiro lugar, com faturamento 9,0% maior. As marcas que representam o segmento são CVC Brasil, TAM Viagens, Accor Hospitality, Flytour Franchising e CI.

A receita do segmento Alimentação cresceu 8,9%, colocando-o em quarto lugar. As promoções e a frequente adequação do cardápio à nova realidade do consumidor garantiram esse crescimento. Entre as redes, destacam-se Subway, Cacau Show, McDonald’s, Bob’s e Nosso Bar.

O segmento de Serviços Automotivos ficou com a quinta posição, registrando um faturamento 8,8% maior no período, beneficiado pelo crescimento da demanda de serviços como mecânica e manutenção de veículos. As marcas representantes do segmento são Jet Oil, Lubrax Mais, Localiza Rent a Car, Multipark e Acquazero.

Projeções para 2016

Tendo como referência as pesquisas trimestrais de desempenho realizadas pela ABF e os indicadores econômicos, a Associação projeta para o setor um crescimento de 6% a 8% em faturamento; de 8% a 10% em número de unidades e de 4% a 6% em número de marcas.

Metodologia

A pesquisa da ABF foi realizada com redes associadas e não associadas, que juntas representam 47% do faturamento do setor. Os números do desempenho do setor são apurados em pesquisa por amostragem, cruzados com levantamentos feitos por entidades representantes de setores correlatos ao sistema de franquias – tais como Apex-Brasil, CNC e ABRASCE – órgãos de governo como o IBGE, e instituições parceiras, caso do SEBRAE. Auditados por empresa independente, os dados divulgados pela ABF servem ainda de referência para governos, entidades internacionais do franchising, como World Franchise Council e FIAF – Federação Ibero-americana de Franquias.