segunda-feira, 16 de maio de 2011

À flor da pele.

Ola a todos.
Recentemente assistimos a dois episódios envolvendo duas grandes marcas do varejo de moda e o uso dos produtos de pele.

Há algumas semanas, a Arezzo enfrentou uma verdadeira “fúria” partindo principalmente das redes sociais, devido ao lançamento de sua linha entitulada “Pelemania”, utilizando peles verdadeiras, o que mobilizou ativistas e até mesmo seus “seguidores” contra a marca, levando a marca a retirar parte dos produtos (o que acreditou ser mais ofensivo) de circulação. Em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo, Anderson Birman, presidente da marca, defendeu a a linha de produtos afirmando que, segundo suas palavras: “Todas as marcas estão usando, é um tendência forte”.

Mesmo após toda a repercussão causada na mídia, na semana passada, Carlos Miele, da M.Officer deu uma entrevista onde defendeu o uso de peles verdadeiras de animais na moda, desde que fossem oriundas de animais de cativeiro, o que imediatamente repercutiu novamente e com o mesmo furor por toda a rede.

Mais do que discutir sobre a questão ética da utilização ou não das peles no mundo da moda, é importante aqui observarmos também a questao de como falta posicionamento para algumas marcas e empresas. É fato que a questão do uso das peles pelo âmbito da ética, em um mundo onde as marcas cada vez mais buscam operações e processos sustentáveis é mais do que grave, porém, espantaram-me as palavras de um presidente de uma marca consolidada afirmar que criaram uma linha de produtos apenas porque todos “estavam fazendo”, sem questionar ou levar em consideração se tal linha vinha de encontro ao que seus consumidores desejavam, ou ainda pior, se tal linha de produtos de alguma maneira, não feria os valores éticos e morais da empresa.

Analisar uma tendência é algo importante, principalmente no mundo da moda, onde a velocidade das transformações dos padrões e costumes da sociedade é cada vez mais intensa.

Entretanto, marcas sólidas são aquelas que mais do que seguir um caminho, trilham um caminho próprio, tornam-se a referencia. Mais do que seguir a luz, tornar-se o próprio farol.

Num mundo onde segundo a defesa da Arezzo e da M.Officer, a tendência é a pele, o que seria de uma marca que batesse forte o pé contra a questão e levantasse forte a bandeira da ética? Que mobilizasse ao invés de ser mobilizada?

Quem sabe a concorrência tenha uma boa resposta.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
FALANDO DE VAREJO
@falandodevarejo