terça-feira, 25 de junho de 2013

Abramat lança revisão do estudo Importações e Competividade na Indústria

Pelo segundo ano consecutivo, a Associação Brasileira da Indústria de Materiais para Construção Civil (ABRAMAT), divulga a versão atualizada do estudo Importações e Competitividade na Indústria Brasileira de Materiais de Construção, realizado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e único conteúdo nesse perfil realizado no país.



A partir das revisões das séries de comércio exterior realizadas em 2012, o estudo assinado pela ABRAMAT traz para mercado informações relevantes, que permitem estimar a composição da oferta global. Para tanto, foi avaliada a escala evolutiva da participação dos produtos importados em diversos segmentos da indústria de materiais desde 2005.

Nessa conjuntura, a análise produzida pela ABRAMAT reúne dados relativos ao movimento da balança comercial da indústria de materiais em uma correlação entre a pressão concorrencial, representada pelo crescimento recente das importações, e a evolução da produtividade setorial. “Ao disponibilizar esse estudo para o mercado, nosso intuito é proporcionar bases que permitam ao setor uma avaliação relacionada ao grau de pressão competitiva representada pelos materiais trazidos do exterior e mensurar a dinâmica da sua participação na oferta local”, afirma Walter Cover, presidente da associação.

A versão 2012 do estudo registrou o crescimento de 4,2% do valor em dólares das importações brasileiras, gerando um montante de US$ 4,8 bilhões. Ainda assim, na comparação com 2011 pode-se notar uma desaceleração, já que nesse ano as importações apontaram uma elevação acima dos 16%.

Todavia, é preocupante avaliar que a participação das importações na oferta total de materiais de construção chegou a 13% em 2012, percentual que indica quase o dobro do nível observado em 2005. No segmento de materiais elétricos, as importações já respondem por 56% da oferta local, enquanto o segmento de vidros e produtos ultrapassou os 40% em 2012.

A leitura dos dados aponta que a importância dos países de origem de materiais se modificou nos últimos anos. Com relação à China, em 2009 o país asiático deteve 18,4% das operações, sendo que em 2012 essa parcela chegou a 26,7%. A mesma alta não foi observada em países mais desenvolvidos como Estados Unidos, Alemanha e França, que reduziram sua participação em detrimento a outras nações emergentes como Turquia e Coreia do Sul.

O estudo Importações e Competitividade também mostrou que as medidas de proteção comercial adotadas pelo Governo Federal unidas à alta do câmbio já surtiram efeito. A afirmação é claramente exemplificada pelo desempenho do setor de vidros e produtos relacionados. Enquanto em 2012 as importações recuaram 14%, o ano anterior registrou um crescimento de quase 45%. O mesmo mote de comparação pode ser visto no setor elétrico, em 2012 cresceu apenas 1,2%, enquanto em 2011 a alta beirou a casa dos 20%. Já no setor cerâmico as taxas de crescimento das importações foram de 63% em 2011 e -1,7% em 2012.

"Estamos certos que o estudo trará uma melhor compreensão da dinâmica das exportações e importações de materiais de construção bem como das questões relacionadas com a perda de competitividade da indústria nacional por conta do ‘Custo Brasil’", explica Cover.

Com terceiro ano consecutivo de alta, as exportações no país cresceram 3,9%. O percentual gerou um volume de US$ 3,6 bilhões e sinalizam um processo de progressiva recuperação. Porém, mesmo com um cenário positivo em 2012, a alta ainda revela-se inferior ao índice de 8,5% conquistado em 2007. Vale ainda destacar que, desde 2009 o crescimento anual do setor tem sido de 6,2%.

Dentro da balança comercial de exportações, a importância relativa de vários mercados de destino demonstrou uma menor alteração. As exportações brasileiras de materiais para construção estão fortemente concentradas no continente americano, sendo os Estados Unidos responsáveis por 24% dessas operações. Na sequência, a Holanda responde por um total de 15,9%, Argentina 9,5% enquanto a China detém uma taxa inferior a 0,5%.

Déficit na balança e alta do dólar

O ano de 2012 assinalou um déficit do comercial exterior de materiais de construção na ordem de US$ 1,2 bilhão, valor que indica uma alta de 5,3% frente a 2011. Essa piora é justificada a despeito da alta do dólar e, descontada a inflação interna e externa, a taxa de câmbio obteve elevação de quase 9% entre dezembro de 2011 a dezembro de 2012.

Porém, mesmo com a alta do dólar e do aumento dos impostos de importação para alguns materiais no primeiro quadrimestre de 2013, o déficit setorial se ampliou ainda mais (14,5%) na comparação com igual período do ano passado.

Produtividade da indústria brasileira

Devido ao baixo crescimento e o acirramento da competição externa, a indústria de materiais de construção no Brasil enfrenta dificuldades para elevar sua produtividade. No período que compreende 2009 a 2012, a alta desse indicador foi de, em média, 0,1%, enquanto em 2012 a queda foi ainda mais brusca: 2,7%. Nos segmentos produtores de máquinas e equipamentos para a construção, por exemplo, a queda foi superior a marca dos 25%.

A análise entre os dados de produtividade e participação das importações na oferta total sugerem que o nível de competição externa se tornou excessivo e não tem contribuído com a busca sustentada de competitividade por parte da indústria de materiais.

Sobre a ABRAMAT

Desde a sua fundação, em abril de 2004, a ABRAMAT acompanha e contribui para o crescimento da Construção Civil no país, atuando como interlocutora do setor junto ao Governo e aos demais agentes da cadeia produtiva da construção civil. A entidade conta atualmente com 50 empresas filiadas, que são as líderes na fabricação de materiais de construção dos diversos segmentos. Entre os temas que representam os focos de atuação da entidade estão: a competitividade da indústria, a desoneração fiscal de materiais para construção, a conformidade técnica e fiscal na produção e comercialização dos materiais, a profissionalização da mão-de-obra da construção e a responsabilidade, sócio ambiental dos agentes do setor.