quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Dúvidas de leitores: Beacons, e aí?

Caio, boa tarde! Gostaria de saber sua opinião sobre a tecnologia beacon aplicada no varejo. Temos uma startup inovadora em desenvolvimento e queremos saber de quem entende do assunto se há espaço neste momento para avançar com um projeto assim no Brasil.
Atenciosamente,
Renata C.

Olá Renata, tudo bem?

Uma ótima pergunta sobre um assunto muito interessante.

Os beacons foram apresentados ao mercado já faz algum tempo, mas ganharam uma maior relevância nos últimos dois anos, principalmente por conta de alguns pilotos muito interessantes que estavam sendo aplicados no varejo, obviamente no exterior. Cases como os demonstrados pela Paypal, Estimote, ou ainda em redes de varejo como a GameStop causaram um grande alvoroço sobre as possibilidades que a ferramenta poderia trazer em termos de comunicação, compreensão e experiência junto ao shopper.

Alguns vídeos mostravam situações bem interessantes, onde mesmo em modelos de “lojas de bairro”, os clientes ao entrarem nas lojas, tinham seus dispositivos móveis (smartphones) reconhecidos através dos beacons, e uma vez reconhecidos, eram lhe ofertados produtos e promoções exclusivas. Lindo conceito, mas na prática...

Na prática, é que existe inclusive um erro de compreensão sobre o assunto. O beacon por si só não faz nada. Há muita gente que pensa que uma vez que colocar um beacon na loja, automaticamente toda a operação de reconhecimento e customização de experiência ao cliente estará criada. Ledo engano.

O beacon, e que me desculpem o pessoal mais técnico sobre a descrição a seguir, mas é para que não haja dúvidas sobre o assunto, deve ser compreendido como uma antena de comunicação, um elo entre duas partes. Algo burro, no sentido mais prático da palavra. O que fará a mágica é o tipo de software com o qual está vinculado ou ainda, qual a experiência pretendida, uma vez reconhecido o cliente.

Sendo assim, o beacon é um simples “elo” de comunicação entre o cliente e um sistema. E há no mercado hoje diversos modelos disponíveis, desde beacons já fabricados no Brasil, à beacons importados, que podem variar em preços de custo em até 10.000% (isso mesmo, 10.000%), não somente por estética, mas por questões técnicas como alcance e velocidade de reconhecimento.

Há para os beacons hoje diversas implantações (e muito além do varejo), que vão desde a sugestão de compras, até mesmo o entendimento da “jornada” do cliente pela loja, mas uma questão muito importante é quando acima citei sobre a questão de software. Principalmente quando você me pergunta sobre Brasil, infelizmente, há um burburinho e interesse enorme sobre o assunto beacon no Brasil, quando ainda a maioria das empresas não dispõe ou ainda não se interessou ainda nem por CRM.

Como eu posso entender quem é meu cliente, se nunca fiz isso antes?

Acredito que o segredo para qualquer empresa que deseja se aventurar nesse mercado, não está no hardware, ele é apenas meio, e por isso, commodity, uma variável dentro do seu projeto que ao longo do tempo e evolução da tecnologia poderá ser alterada, mas o principal segredo está em seu sistema e qual a entrega que irá propor aos seus clientes.

Espero ter lhe ajudado!



Um grande abraço,

Caio Camargo
@falandodevarejo