Depois de amargar dois dos piores anos de sua série histórica, o varejo de material de construção espera voltar a crescer em 2017 e já dá sinais de retomada. Em janeiro, as vendas do setor cresceram 4%, na comparação com o mesmo período de 2016. Já na comparação com dezembro de 2016, a queda foi de 11%. Janeiro é um mês tradicionalmente fraco para o nosso setor. É época de férias escolares e criança em casa não combina com reforma. Além disso, o consumidor tem uma série de gastos extras no início do ano: IPVA, IPTU, matrículas escolares. Isso definitivamente influencia o nosso setor, declara Cláudio Conz, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção).
Conz, da Anamaco: Perspectivas de resultados positivos para o futuro |
"Estamos recebendo propostas de diversos bancos que querem facilitar o acesso ao crédito para o consumidor que quer reformar ou construir. Acesso ao crédito a juros baixos são música para os nossos ouvidos, porque temos que lembrar que o consumidor do nosso setor precisa planejar suas obras. Ninguém sai construído e reformando sem saber quanto vai gastar de material, quanto tempo a obra vai durar, quanto vai gastar com mão de obra e como vai se programar para pagar isso. Por conta da crise, o consumidor está realizando mais obras de curto prazo.
Pesquisa Tracking Anamaco
Realizada pelo Instituto de Pesquisas da Anamaco, com o apoio da Abrafati, Instituto Crisotila Brasil e Anfacer, a Pesquisa Tracking ouviu 530 lojistas de todo o país entre os dias 25 e 30 de janeiro.
Mesmo com a queda já esperada no primeiro mês de 2017, o setor tem dados sinais de recuperação. De agosto de 2016 a janeiro de 2017, o varejo de material de construção apresenta leve alta de 3%, comparado ao mesmo período do ano anterior. E a nossa expectativa é de crescermos 3% no primeiro semestre de 2017, mesmo prevendo um janeiro e fevereiro difíceis. Quando dizemos que o ano só começa depois do Carnaval, essa afirmação faz muito sentido para o nosso varejo, completa Conz.
Em janeiro, a retração indicada na pesquisa atingiu todas as regiões do país, mas foi mais sentida no Nordeste, onde a variação chegou a -29%. O Norte apresentou queda de 11%, seguido pelo Sul (-8%) e Sudeste (-7%). O Centro-Oeste teve desempenho estável no período.
Ainda segundo o estudo, aumentou de 25% para 53% o otimismo dos lojistas do setor com relação às ações do Governo nos próximos meses. Já 40% dos entrevistados afirmou que pretende fazer novos investimentos em 2017.