quarta-feira, 15 de julho de 2009

Varejo se recupera após 2 meses de queda

Após dois meses de queda, as vendas do varejo apresentaram crescimento de 0,8% em maio em relação a abril, impulsionadas pelo bom desempenho de sete dos oito segmentos pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Considerando ainda os setores de veículos e construção civil, que vendem também para o atacado, a expansão foi de 3,7% -resultado influenciado pela redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) concedida para produtos desses setores.
Em relação a maio de 2008, a expansão do varejo foi de 4%, menor do que os 7,1% verificados em abril, mas ainda considerada positiva pelo IBGE. Segundo Reinaldo Silva Pereira, da coordenação de serviço e comércio do instituto, o desempenho tem sido sustentado sobretudo pelas vendas de super e hipermercados, que cresceram 6,7%, puxadas principalmente pelos alimentos.
Pereira atribui esse cenário ao fato de que, apesar do aumento da taxa de desemprego, a massa salarial está acima da verificada no ano passado. Ele destaca ainda a desaceleração da inflação dos alimentos como outro fator que tem contribuído para as vendas do setor.
Outro dado que sinaliza o bom desempenho do comércio é que as vendas cresceram em praticamente todo o país: 23 dos 27 Estados.
Já no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, o aumento sobre maio de 2008 foi menor, de 3,3%. O desempenho mais fraco está relacionado à queda nas vendas de material de construção no período, de 8,2%, apesar do aumento de 5,7% entre abril e maio de 2009.
Segundo Cláudio Conz, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), o setor sofreu com a incerteza e a redução da oferta de crédito trazidas pela crise, mas começa a reagir, em parte, devido à redução do IPI para produtos como cimentos, tintas e cerâmicas.
A menor incidência do imposto já vinha contribuindo para o desempenho do setor de automóveis, o primeiro a ter o benefício concedido pelo governo e que em maio teve crescimento de 8% sobre abril e de 4% sobre maio de 2008.

Fonte: Folha de S.Paulo