segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Fabricante de material de construção prevê retomada

Os fabricantes de materiais de construção civil apostam na retomada do crescimento do setor neste semestre e acreditam que o período sazonal de fim de ano salvará o faturamento de 2009.

Entre janeiro e julho a receita de vendas de tal segmento acumula queda de 15%, relativamente a igual período de 2008. A expectativa do presidente da Associação de Materiais de Construção Civil (Abramat), Melvyn Fox, é de que as vendas aumentem entre 15% e 20% no último trimestre de 2009, sobre igual trimestre do ano passado. Ainda assim, o avanço previsto será insuficiente para garantir o crescimento de 14% obtido no ano passado, quando o faturamento da indústria do setor atingiu R$ 100 bilhões.

Fox prevê estabilidade da receita de vendas da indústria este ano, previsão que destoa da das gigantes do setor, como o Grupo Tigre e Amanco, que trabalham com previsão de alta superior a 4% em suas receitas.Tradicionalmente, o segundo semestre é considerado o melhor período para as vendas nacionais de materiais de construção civil, quando aumenta a demanda pelos materiais para as reformas residenciais de fim de ano. A sazonalidade deste ano deverá ser "atípica", uma vez que virá acompanhada de novos ingredientes. Ou seja, do efeito positivo do período pós-crise econômica mundial melhorando o otimismo do consumidor na economia, os estímulos do governo federal ao programa "Minha Casa, Minha Vida", e a taxa reduzida do IPI, que começou a vigorar em abril e vai até 31 dezembro. A Abramat defende a postergação da redução do IPI para 2010, para dar conta de atender as obras do programa do governo de casas populares.

A fatia das vendas no segundo semestre, que tradicionalmente, responde por 60% do faturamento anual da indústria, deverá subir para 65% a 70% este ano.Para tender a demanda deste semestre, o Grupo Tigre aumentou a capacidade produtiva em torno de 15% e contratou 350 pessoas, disse o presidente do grupo, Evaldo Dreher.

Ele assegurou que a empresa "está trabalhando com a capacidade instalada total praticamente em todas as linhas" e já investiu todos os recursos previstos para este ano. Foram R$ 150 milhões, dos quais R$ 100 milhões investidos em novos produtos e modernização do parque fabril e R$ 50 milhões em marketing.

Líder de mercado, com um faturamento de R$ 2,3 bilhões obtidos no ano passado, o Grupo Tigre, trabalha com hipótese de registrar aumento de 4% a 6% sobre a receita de 2008. Dreher acredita ser um bom resultado, já que 2008 é considerado o melhor ano da história da Tigre, sediada em Joinville (SC). "Em 2009 devemos ter um desempenho semelhante ou levemente superior.

"Segundo disse Dreher, as vendas da empresa no primeiro semestre mantiveram os patamares observados na mesma etapa de 2008 e entre julho e agosto os volumes já superam os do mesmo intervalo do ano passado.Com uma previsão de crescimento do faturamento superior a 6%, a presidente da Amanco Brasil, Marise Barroso, assegura que o mercado "continua aquecido". Ela, porém, reconhece que o mercado este ano crescerá abaixo do ano passado. "Estimamos um aumento do mercado de 5% ou 6% neste ano.

A Amanco deve crescer em 2009 acima desta faixa", respondeu ao ser questionada sobre as perspectivas de vendas para o fim do ano. Há perspectiva positiva também para o setor de tintas para o fim de 2009. O diretor de tintas imobiliárias e repintura automotiva da Basf, Francisco Verza, espera que as vendas da empresa, detentora da marca Suvinil, continuem em alta. "Nos primeiros meses de 2009, houve queda na demanda, reflexo da redução da confiança do revendedor perante aos movimentos econômicos. Mas a demanda já voltou.

"O presidente da Abramat, Fox, acredita que o aumento demanda no fim do ano não deverá gerar "inflação de demanda", ou seja desequilíbrio entre oferta e procura, pois ainda há espaço para aumentar a produção, já que a indústria trabalha com capacidade ociosa em 20% em média.

Fonte: DCI