sábado, 14 de novembro de 2009

Super, Hipermercados, Alimentos, Bebidas e Fumo crescem 9,7% e impulsionam alta de 5% nas vendas do varejo em setembro

IPI faz setor de automóveis crescer 18,9% e leva varejo ampliado a uma alta de 9,1%. GS&MD - Gouvêa de Souza analisa o desempenho do varejo

As vendas do varejo brasileiro tiveram em setembro uma expansão de 5% em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com números divulgados nesta manhã pelo IBGE. Como tem ocorrido nos últimos meses, o segmento de Hiper, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo impulsionou o desempenho total do varejo, com uma alta de 9,7% nas vendas. O setor vem crescendo nos últimos meses acima da média geral, por conta do aumento da massa salarial da população e pela baixa inflação. ”A expectativa é que o setor continue crescendo bem acima da média do varejo no período de Natal”, afirma Luiz Goes, sócio sênior e diretor da GS&MD - Gouvêa de Souza.

Enquanto o varejo brasileiro continua em um ritmo sólido de expansão, nas principais economias do mundo os resultados ainda são negativos: nos Estados Unidos, o varejo teve queda de 5,72% em setembro e de 7,77% no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2008, excluindo automóveis; já na zona do euro, o recuo foi de 3,6% no mês e de 2,7% no acumulado do ano, também na comparação com período equivalente de 2008.

No mercado brasileiro, as vendas de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria avançaram 8,1% em setembro, um ritmo inferior aos 14% de agosto e os 14,2% de julho. O resultado, porém, é fortemente positivo, já que no ano o segmento acumula uma alta de 11,9% nas vendas. Esse é o mesmo desempenho alcançado, de janeiro a setembro, por Equipamentos e Materiais para Escritório, Informática e Comunicação, categoria que inclui celulares e computadores e vem sendo nos últimos anos um dos segmentos de maior crescimento. Em setembro, esse segmento apresentou uma expansão de 3,2% nas vendas, por conta da forte base de comparação. “Ainda existe espaço para crescimento dessas categorias, uma vez que o número de internautas longe da saturação e os usuários de telefonia celular vêm demandando novos serviços, mas a base de comparação faz com que o crescimento seja menos vistoso”, comenta Goes.

Entre os segmentos mais dependentes de crédito, as isenções fiscais influenciaram bastante os números de setembro. Em Móveis e eletrodomésticos, as vendas cresceram 1,5% sobre uma base de comparação bastante forte. “Embora no acumulado do ano o resultado seja ainda negativo em 1,2%, com a continuidade da redução do IPI para os produtos com baixo consumo de energia existe a expectativa do setor fechar 2009 nos mesmos níveis de vendas do ano passado, compensando o forte desaquecimento do primeiro trimestre”, explica Goes.

No varejo ampliado, as vendas cresceram 9,1% na comparação anual, levando o acumulado de 2009 a uma expansão de 4,4% em relação aos primeiros nove meses do ano passado. O setor de Veículos e motos, partes e peças teve em setembro um crescimento de 18,9%, por conta do último mês de isenção de IPI para o setor. “Setembro foi o melhor mês da história do segmento, com a comercialização de 296 mil automóveis, segundo a Fenabrave, 16,7% mais que no ano passado. Com isso, já foram vendidos mais de 2,2 milhões de automóveis em 2009”, comenta Goes. Material de Construção, porém, continua sua trajetória descendente, com queda de 8,2% em julho e de 8,5% no acumulado de 2009.

Outra nota negativa no desempenho do varejo brasileiro foi o setor de Vestuário e Calçados, que apresentou uma queda de 6,6% nas vendas, contra recuo de 5,8% em agosto. “Isso vem ocorrendo porque a renda do consumidor vem sendo drenada para as compras de alimentos e para bens duráveis”, conclui Goes.