Mesmo com desvalorização do euro e a crise que ronda a Europa, os empresários do varejo brasileiro se mostram otimistas. As projeções de crescimento chegam a 10% para este ano, depois de o setor registrar o maior índice de faturamento da série histórica em 2009, R$ 177 bilhões, como revela pesquisa feita pela Associação Paulista de Supermercados (Apas). "Espero que o agravamento da crise não ocorra, mas, se acontecer, acredito que o Brasil está preparado para enfrentar" afirmou João Sanzovo, presidente da entidade.
A preocupação das redes de supermercados é outra: os diversos canais de compra, como internet, lojas de conveniência. Segundo pesquisa "Retratos do Varejo" divulgada pela Apas, 84% dos lares brasileiros optam por mais de três canais de compras para se abastecer. Para 49,3% dos empresários donos de supermercados ouvidos pela pesquisa, a concorrência com lojas atacadistas e clubes de compras é muitíssimo preocupante.
Outra questão é a adequação as necessidades do perfil dos consumidores que emergiram das classes D e E, e agora compõem a classe média, com poder aquisitivo de compras, passou em 2009 a gastar mais no mercado, cerca de 2% em relação a 2008. Ao contrário de anos anteriores, em 2009 o gasto com despesas permanentes, entre elas, alimentação foi de 53%, ante os 56% de 2007, uma diminuição que indica que os consumidores optaram por produtos que proporcionam mais qualidade de vida. No setor de vestuário, por exemplo, o gasto foi 18% maior em 2009 na comparação com o ano anterior. Os canais de compra que oferecem autosserviço ganharam importância e compradores em 2009, com relação ao ano anterior, aponta a pesquisa. "É importante entender o consumidor para segmentar e atender a cada um" explica Martinho Paiva Moreira, vice-presidente de Comunicação da Apas.
Delivery
Pensando nisso, o líder do ramo supermercadista, o Grupo Pão de Açúcar (GPA), lançou o Pão de Açúcar delivery via celular. Com parceria da Microsoft, o GPA diz ser a primeira loja varejista brasileira a disponibilizar esse sistema de compras. Para utilizar o sistema é preciso baixar um aplicativo no site da Microsoft, gratuitamente. "O sistema foi criado para atender a uma demanda já antiga de nossos clientes por plataformas móveis de compras", conta João Edson Gravata, diretor de Operações da rede. O GPA, para se manter como principal canal de vendas do País em faturamento, de bilhões de reais, busca finalizar a união com as Casas Bahia, fusão com que criará uma gigante no varejo, capaz de atender os consumidores de bens duráveis.
Apas
A Apas 2010 -26ª Feira Internacional de Negócios em Supermercados e Congresso de Gestão, abriu ontem suas portas no pavilhão do Expo Center Norte, em São Paulo. Para tratar de ampliar os negócios, a feira investiu no tema "Diversidade - O mundo novo do novo consumidor". Para inaugurar o ciclo de palestras sobre o tema, Hector Nuñez, presidente do Walmart Brasil ministrou sobre perspectivas e desafios do varejo nacional. A Apas espera fechar negócios de R$ 4,5 bilhões, conta com mais de 500 expositores e projeta a visita de 75 mil.
A crise que ronda a Europa é percebida pelos empresários do varejo brasileiro, que ainda assim se mostram otimistas, com projeções de crescimento de 10% para este ano. A preocupação das redes de supermercados é outra: a ampliação dos diversos canais de compra, como a internet e as lojas de conveniência, e a concorrência com lojas atacadistas e clubes de compras.
Outra questão é a adequação às necessidades do perfil dos consumidores que emergiram das classes D e E e agora compõem a classe média, com poder aquisitivo para compras. Pensando em novos canais de vendas, o Grupo Pão de Açúcar lançou o Pão de Açúcar delivery via celular, em parceria com a Microsoft. "O sistema foi criado para atender a uma demanda já antiga de nossos clientes", diz João Edson Gravata, diretor de Operações do GPA, que teve lucro líquido de R$ 126,2 milhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 33% na comparação com igual período de 2009.
Outra rede do varejo que comprova o bom momento do setor é a Marisa, de vestuário, que encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 27,1 milhões, ante prejuízo de R$ 9,8 milhões em igual período de 2009, com o aumento das vendas à classe C e com controle de despesas.
Notícias: DCI
