quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Classe C faz Brasil ter destaque no Carrefour

O crescimento das classes C, D e E no Brasil fez com que o Carrefour, o segundo maior grupo varejista do Brasil, perdendo apenas para o Grupo Pão de Açúcar (GPA), anunciasse que o País juntamente com a China tornaram-se a prioridade número um nos negócios em nível mundial. Para avançar na disputa de clientes com Walmart, Magazine Luiza, Casas Bahia e outros, a marca vai comercializar neste mês linha branca em até 30 vezes sem juros, linha marrom em 24 vezes e informática em 18 vezes. Outros produtos também poderão ser encontrados em até 35 prestações. "Nosso foco serão as vendas nos hipermercados e pela internet, numa ação multicanal", disse o diretor executivo de Marketing do Carrefour, Rodrigo Lacerda. Também estão previstos descontos de até 35% no segmento alimentício.

Outra estratégia da rede para ganhar atenção no mercado é a parceria com a Inovação Cinemas para a construção de complexos de cinema dirigidos à classe C. Nos próximos sete anos deverão somar 200 salas no País, com aporte médio de R$ 200 milhões. Além disso, apesar de ser a última grande varejista a estrear no comércio eletrônico brasileiro, o Carrefour pretende disputar avidamente o segmento, e a meta é até 2011 ampliar as categorias de produtos da loja virtual, tanto que entrará no segmento brinquedos.

Para abocanhar a nova classe emergente, a marca deve abrir ainda 40 lojas de baixo custo, e tudo indica que serão pontos-de-venda do supermercado Dia, bandeira espanhola comprada pelo Carrefour há cerca de 10 anos e que ganhou destaque no último semestre nos negócios globais da companhia, tanto que respondeu por 0,1% do faturamento mundial. No País, a bandeira Dia tem hoje 376 lojas. No mundo, envolve 6.475 lojas da companhia, distribuídas na Espanha, França, Portugal, Turquia, Argentina, Brasil e China. Subindo a expansão geográfica, o Carrefour almeja crescimento de 16% este ano, comparado a 2009, e segue abrindo no norte e no nordeste 12 lojas do braço atacadista da companhia, o Atacadão. Segundo informações da empresa, este é um dos focos dos negócios, para reforçar com a divulgação da marca a competição com o atacadista e varejista Assaí, que pertence ao GPA. Há ainda na região a abertura de hipermercados e lojas de conveniência.

"Devemos crescer de maneira orgânica, porém temos recursos disponíveis para fazer compras que estejam alinhadas aos nossos interesses", comentou o diretor executivo mundial do Carrefour, Lars Olofsson, ao tentar explicar como deve alcançar a liderança do setor.

Mercado

O Carrefour anunciou lucro líquido de 82 milhões euros no primeiro semestre, ante 58 milhões de euros de prejuízo no mesmo período do ano passado, quando despesas relacionadas a operações na Itália pesaram sobre o desempenho do grupo. A companhia afirmou que está no caminho para atingir sua meta de 3,1 bilhões de euros em lucro operacional para o ano, apesar de encargo previsto de cerca de 80 milhões euros, principalmente no Brasil.

O diretor executivo mundial do Carrefour ressaltou que os resultados da companhia, que mira ações da nova equipe da empresa no Brasil - comandada desde agosto pelo brasileiro Luiz Fazzio - é recuperar operações de hipermercado.

Crescimento das classes C, D e E no Brasil fez o Carrefour colocar o País como prioridade número um, junto da China. A marca inicia vendas em até 30 vezes sem juros de linhas branca e marrom.

Fonte: DCI