quarta-feira, 11 de maio de 2011

Vendas do varejo caem 7,7% em março em SP, acima do esperado

Lojas mais afetadas pelas medidas do governo foram as de eletrodomésticos e eletrônicos, cujas vendas caíram 25,7% na cidade

As medidas adotadas pelo governo para esfriar o consumo, como elevação dos juros e do imposto (IOF) sobre as operações de crédito para pessoas físicas, foram sentidas pelos varejistas em março. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) divulgou que as vendas do varejo na região metropolitana de São Paulo caíram 7,7% em março em relação a igual período de 2010, totalizando R$ 8,5 bilhões.

Em todo primeiro trimestre, as vendas reais do comércio cresceram apenas 1,5%, bem abaixo das expectativas da Fecomércio, que esperava um aumento de 5%.

Os técnicos da entidade ainda não sabem avaliar se essa queda mais drástica foi um fato isolado ou se houve a antecipação de um movimento que só era esperado mais adiante.

O comércio eletrônico foi o único setor que apresentou expansão em março. De acordo com as estimativas do e-Bit, as varejistas online venderam 13,8% mais que em março de 2010 na região metropolitana de São Paulo. No entanto, as expectativas são de que o comércio eletrônico cresça a taxas de 35% neste ano no País.

As lojas mais afetadas foram as de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que são mais dependentes de parcelamento. Nesse segmento, a queda nas vendas foi de 25,7% em relação a março do ano passado.

“Março de 2010 foi o último mês para comprar bens duráveis com os estímulos fiscais oferecidos pelo governo para combater a crise de 2009 e, com isso, houve um crescimento de 11,3% nas vendas. O resultado atípico fez com que março registrasse o segundo melhor resultado daquele ano, ficando atrás somente de dezembro”, informou a Fecomércio, em um comunicado. Normalmente, maio é o segundo melhor mês em vendas, atrás apenas do Natal.

De acordo com o comunicado divulgado pela Fecomércio, um dos fatores que influenciou o resultado em março na região metropolitana de São Paulo foi o Carnaval. Além de reduzir a quantidade de dias úteis e, consequentemente, muitas famílias viajam, ampliando o consumo em outros locais.

“Outro ponto a ser considerado é o inicio dos efeitos das ações de controle de crédito tomadas pelo Banco Central (BC) desde o fim de 2010. Em março, os juros permaneceram em patamares elevados e os prazos para financiamento encurtaram. Adicionalmente, houve uma retração no número de famílias endividadas em São Paulo, o que indica que parte dos empréstimos tomados foi utilizada para o pagamento de outras dividas e não para o consumo”, informou a entidade.

Veja a variação das vendas em março em relação a março de 2010, por setores:

Lojas de departamentos: 7,9%
Eletroeletrônicos: 25,7%
Móveis e decoração:6,4%
Vestuário, calçados, tecidos:5,9%
Supermercados:2,0%
Farmácias e perfumaria:6,7%
Automóveis:12,6%
Material de Construção:6,7%
Varejo tradicional:7,7%
Comércio eletrônico:13,8%