segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

SPC vive momento histórico

Parceria estratégica entre a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serasa/Experian consolida a segurança do varejo brasileiro na concessão de crédito

O Serviço de Proteção ao Crédito começou há 55 anos, em uma realidade tecnológica muito diferente da que estamos acostumados. O princípio se deu em Porto Alegre e São Paulo, simultaneamente, por grupos de empresários dedicados a se proteger contra cheques devolvidos. Na capital gaúcha, a criação de uma lista de devedores foi fruto de constantes encontros entre um grupo de empresários, que se reuniam em uma espécie de confraria que debatia assuntos do mercado e da rotina da região.

- Estes empresários tinham um problema em comum: o constante retorno de cheques sem fundos. Então propuseram a criação de uma lista, que identificaria o nome das pessoas que passaram estes cheques. Com a adesão de diversos empresários, bastava consultar a lista para saber se o consumidor era confiável ou não - explica o superintendente da FCDL-RS, Leonardo Neira.

Artesanalmente, este processo foi criado em 1955, sendo que os comerciantes da época jamais saberiam as dimensões que esta lista tomaria. Em São Paulo também foi pensada uma solução para evitar a venda para devedores. Os paulistas criaram a figura dos emissários, que eram os que tinham posse dos registros de cada loja integrante da região na qual trabalhavam. Ao invés de cada loja ter uma cópia de uma lista, era necessário ir até a praça ou região central da cidade para consultar os nomes nos dados dos emissários. Foi então que surgiu a expressão "nome sujo na praça", devido ao serviço criado pelos paulistas. Em Porto Alegre, era mais comum ouvir que o nome estava na "lista negra". A distinção entre as expressões torna evidente a diferença entre os dois sistemas, embora ambos sejam pilares concretos da criação do modelo de cadastro, da base de dados e informações do comércio conforme conhecemos atualmente. Neste mesmo período, outros centros comerciais do país se organizaram desta forma, como o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, este último tendo criado e registrado a marca SPC, Serviço de Proteção ao Crédito, que mais tarde foi concedida a CNDL, entidade máxima do sistema CDL em todo o Brasil.

A partir da criação destes sistemas, muitos comerciantes interessaram-se em contribuir e ter acesso as informações do banco de dados. O que era apenas uma lista em que se anotava o nome de algumas pessoas começa a tomar proporções muito maiores do que o esperado. Se fez necessário, portanto, a criação de um grupo para gerir essas informações. Por isso foi criado o primeiro Clube de Diretores Lojistas. A partir de então, era necessário ser associado ao clube para ter acesso à lista de pessoas inadimplentes.

Este modelo funcionou até o final da década de 70, quando a inserção da tecnologia da informação começou a se tornar realidade para o SPC. Isso permitiu que todos os CDLs e Serviços de Proteção ao Crédito do Brasil se interligassem, tornando o banco de dados eficiente e sólido. Antes daquele momento, era possível apenas consultar os registros da cidade em que a entidade era situada.

- Cada município tinha seus registros e não conseguíamos ligar um ao outro. Com a chegada da informática essa barreira caiu. Surgiu então um banco de dados nacional, em que era possível consultar informações de qualquer estado e cidades do Brasil - completa Leonardo

Formou-se então a Rede Nacional de Informações Comerciais (Renic), que integra todos os SPCs do país. Atualmente, são cerca de 2000 entidades conectadas através do sistema.

Parceria com o Serasa/Experian

Espelhando-se na organização do varejo, os bancos também criaram sua base de dados. Alimentado por todas as informações de pessoas físicas com dívidas nas organizações bancárias, o Serasa é conhecido pela grande força em evitar novas obtenções de crédito de inadimplentes.

A parceria estratégica entre a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serasa/Experian consolida a segurança do varejo brasileiro na concessão de crédito. A partir da iniciativa, anunciada em agosto de 2011, os dois maiores bancos de dados do Brasil oferecem aos lojistas todo o seu portfólio de serviços, por valores muito atraentes. Sendo assim, é possível ter acesso as informações do SPC e Serasa, restringindo a inadimplência e viabilizando ainda mais a estabilidade econômica no País.