terça-feira, 23 de abril de 2013

Boucinhas&Campos: 62,5% dos varejistas brasileiros estão otimistas com o setor

Dos setores que apontaram maior atenção, destacam-se: hipermercados, supermercados e vestuário/calçados

Pesquisa realizada pela consultoria Boucinhas&Campos com os maiores gestores de diferentes empresas do setor varejista indica que os empresários deste segmento estão otimistas para o primeiro semestre de 2013: 62,5% avaliaram com otimismo o período. Para os demais 37%, o cenário é de cautela para o ano. Dos setores que apontaram maior atenção, destacam-se: hipermercados, supermercados e vestuário/calçados. Não houve respostas indicando pessimismo, informação que reforça a avaliação geral positiva para o período.


“A expectativa apresentada pela pesquisa é positiva, mas deve levar em conta os resultados dos próximos meses”, afirma Celeste Boucinhas, diretora da Boucinhas&Campos. “Diante desta avaliação, algumas ações poderiam ser adotadas pelo governo, para impulsionar o desenvolvimento do segmento, que por sua vez impactaria positivamente sobre os demais elos da cadeia produtiva”, comenta.

Corroborando com a perspectiva otimista, 94% dos respondentes informaram a intenção de ampliar o negócio em 2013. Ainda que expressiva, a quantidade de respostas sobre a intenção de ampliar o quadro de funcionários é menor que o indicado na questão anterior, totalizando 81%. Das empresas atuantes nas frentes, hipermercados e vestuário/calçados são as que apresentam maior representatividade na questão e não pretendem ampliar o quadro de funcionários.

Para o ano, a prioridade de investimento é a ampliação, reformas e reestruturação de lojas, resposta indicada por mais da metade dos entrevistados (56%). Seguem em destaque investimentos em novos canais comerciais e infraestrutura tecnológica, com os respectivos percentuais de 19% e 13%.

“A perspectiva para o ano deve ser marcada pela melhoria de processos internos e investimentos estratégicos”, diz Tiago Vianna Martins, diretor de operações da Boucinhas&Campos. “Investimentos na ampliação, reformas e reestruturação de lojas reforçam o sentimento de recuperação econômica, mas que devem considerar o estado atual da empresa, avaliando o risco envolvido e sua relação aos possíveis cenários futuros”, afirma Martins.

Desafios

O levantamento questionou os entrevistados sobre o principal desafio para empresas do varejo brasileiro. Na opinião destes, a alta carga tributária se apresenta como o principal fator, indicado em 44% das respostas. Com 25%, a baixa profissionalização e especialização da mão de obra seguem como entrave para o desenvolvimento do setor, sendo a alta competitividade do setor o terceiro principal desafio. A influência da carga tributária sobre os negócios aparece com maior significância para empresas que atuam nas frentes de hipermercados, supermercados e vestuário/calçados.

Como ação sugerida para atuação do governo no setor, destaca-se a redução da carga tributária, sugestão apontada por 75% dos participantes. A intervenção na redução de impostos sobre a folha de pagamento e investimentos em infraestrutura, ambas com 12,5%, são apontadas como medidas que poderiam ser adotadas pelo governo para gerar maior impacto positivo no mercado varejista brasileiro.

Quando questionados a respeito do principal desafio atual de seus negócios, com percentuais aproximados, são apontadas questões envolvendo a mão de obra e a elevada carga tributária, ambas indicadas em 40% das respostas. Os fatores de custos logísticos e alta competitividade do setor são apontadas em 20% das respostas, complementando as indicações da realidade atual das empresas participantes.

Apesar destes dados, o posicionamento do mercado já demonstra que a taxa de crescimento econômico não será tão intensa como o esperado para o período. As medidas adotadas pelo governo até o momento surtem baixos efeitos diretos sobre o setor. O resultado crescente da inflação, acima do previsto anteriormente pelo governo, já indica sinais de impacto sobre o consumo e, consequentemente, sobre o comercio varejista.

Deste modo, os projetos de ampliação dos negócios e investimentos previstos devem ser avaliados considerando um cenário com maior competitividade e crescimento moderado para os próximos meses, exigindo uma visão mais realista para o momento.

Perfil dos entrevistados

A pesquisa ocorreu entre a segunda quinzena de março e primeira semana de abril. Contou com a participação dos maiores gestores de diferentes empresas do setor varejista.

Quanto a atuação das empresas participantes, o maior percentual de empresas participantes foi do varejo de vestuário e calçados, com 31,8% de participação na pesquisa. Os supermercados representaram 27,3%, seguida por Drogarias e Farmácias 18,2%.

A amostra quanto ao faturamento se dividiu em aproximadamente da seguinte forma: 14% Microempresas, 14% Pequena Empresa, 16% Média Empresa, 4% Média/ Grande Empresa, 14% Grande empresa. 36% optaram por não responder esta questão. Utilizou-se o critério de classificação do BNDS para enquadrar as empresas em suas respectivas faixas de faturamento e porte.