terça-feira, 23 de abril de 2013

IDV: ‘Efeito calendário’ projeta desaceleração de vendas em abril e retomada do crescimento em maio e junho

Expectativa é de que haja crescimento de apenas 2,1% em abril e forte alta no volume real de vendas nos dois meses seguintes, de 9,2% e 9,4%, respectivamente

Em virtude do chamado ‘efeito calendário’, as vendas reais em abril devem sofrer uma desaceleração e crescer apenas 2,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A causa foi o deslocamento do feriado de Páscoa para março, que afetou a base de comparação, principalmente no segmento de bens não duráveis, de maior peso nas medições. Já nos meses subsequentes haverá forte retomada do ritmo de vendas, e o crescimento real deverá ser de 9,2% em maio e 9,4% em junho, na comparação com os mesmos meses de 2012. Estas são as projeções do IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas), estudo realizado mensalmente com os associados do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo).


O índice também aponta uma recuperação no crescimento real de vendas no conceito mesmas lojas a partir de maio, com taxas positivas também em junho, de 3,17% e 3,40%, respectivamente. Entretanto, fica evidenciado que a expansão das vendas é em função, principalmente, da abertura de lojas das redes de varejo, como tem ocorrido nos últimos meses.

O segmento de bens não duráveis, que engloba supermercados e, portanto, responde pelas vendas de ovos de Páscoa, mostrou uma bipolaridade em março e abril. Se no mês passado houve crescimento de 9,4% nas vendas, estima-se, agora, uma queda de 6,8%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já para maio e junho, sem o ‘efeito calendário’, os associados do IDV estimam taxas de dois dígitos, com crescimento de 16,7% e 14,9%, respectivamente.

Vale ressaltar que o desempenho desta categoria tem o maior peso nas medições do IAV-IDV, bem como do IBGE, e contribui historicamente entre 40% e 50% de participação no índice da Pesquisa Mensal do Comércio, calculado por este órgão do governo.

Já para o setor de bens semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos, os associados do IDV apontam altas de 10,5%, 10,8% e 11,3% para abril, maio e junho, respectivamente. No segmento de bens duráveis, mesmo com o retorno gradual das alíquotas originais do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para linha branca e móveis, a estimativa é de que as taxas de crescimento para este e os próximos dois meses sejam de 10,6%, 5,6% e 6,2%, respectivamente e sempre na comparação com os mesmos períodos de 2012.

De acordo com o presidente do IDV, Flávio Rocha, embora tenha ocorrido uma desaceleração importante no ritmo de crescimento das vendas do comércio varejista nos dois primeiros meses do ano, é preciso esperar os números consolidados dos próximos meses para definir uma tendência mais acurada das vendas em 2013. “Neste ano, o binômio emprego e renda deve ser forte, embora com taxas de crescimento menores do que em 2012, a expansão do crédito ao consumidor deve ficar acima de 10% e, se confirmadas taxas de crescimento do PIB mais fortes, haverá uma recuperação da confiança do consumidor ao longo do ano. As projeções dos analistas de mercado divulgadas pelo Boletim Focus apontaram para esta direção e indicaram uma expansão de 3% para o PIB em 2013 e 3,5% para 2014”, analisa Rocha.