A realidade aumentada nunca esteve tão próxima de nós. Apesar dos diversos cases anteriores com a a febre de qr-codes em anúncios e produtos há alguns anos, foi com o Pokémon Go que as pessoas realmente começaram a usar esta tecnologia. A possibilidade de ver os monstrinhos no parque, na rua ou mesmo no sofá da sua casa fez com que as pessoas se divertissem e entendessem de fato o que significa o conceito de realidade aumentada na prática. Com essa familiaridade, torna-se mais fácil apresentar novos projetos de realidade aumentada para diferentes públicos.
A nova febre só é possível graças ao mobile. Hoje é natural vermos pessoas na rua com seus smartphones na mão. Elas procuram um endereço, trocam mensagens ou registram seu desempenho em uma corrida pelo parque. A verdade é que os smartphones são parte da vida das pessoas, que muitas vezes fazem questão de voltar para casa correndo caso tenham esquecido o aparelho em cima do seu criado mudo. Para muitos, é impossível passar um dia sem ele.
A maioria dos novos modelos de smartphones é compatível com realidade aumentada. Uma das características mais interessantes desta tecnologia é como ela consegue adicionar informações em cima de objetos e paisagens reais. Na verdade, existem dois tipos de realidade aumentada: a baseada em um artefato e a que utiliza a geolocalização. Essa definição vem do pesquisador australiano Danny Munnerley, que em 2012 desenvolveu um artigo sobre o tema. Ele explica que a tecnologia baseada em um artefato usa marcadores físicos ou objetos que são escaneados por uma câmera para entrar em ação. Um bom exemplo são os já citados qr-codes. A realidade aumentada por geolocalização utiliza dados do GPS para determinar onde deve ser inserida o objeto digitalmente criado, que o pesquisador chama de POI, Points of Interest (em português, Pontos de Interesse). É o caso do app Pokémon Go.
Além de facilitar nossas vidas, os smartphones e seus apps também podem ter um impacto gigante no mundo dos negócios. Os consumidores buscam constantemente por inovações, e a realidade aumentada pode trazer novidades significativas para a experiência de compra. Existem inúmeras possibilidades que poderiam ser discutidas por dias a fio. Mas minhas principais apostas vão para o uso dessa tecnologia dentro dos pontos de vendas.
Luciano Sandoval |
Vale destacar também que ter consumidores com um app da sua loja faz com que sua marca seja sempre lembrada. Mais do que uma venda, você oferece uma prática e inovadora experiência para seu cliente, e isso deixa sua loja em destaque em relação aos concorrentes. Este app pode passar a ser uma fonte adicional de receita para os supermercadistas.
Poderíamos pensar também em jogos interativos para entreter as crianças enquanto os pais fazem suas compras. Os pequenos poderiam ser incentivados a encontrar determinados produtos ou a encontrar os mascotes da loja escondidos entre as prateleiras. A brincadeira é divertida para os filhos e ainda ajuda a levar os pais até locais com produtos especiais ou ofertas.
Para dar mais um exemplo, imagine uma versão 3D de um lançamento para o vendedor conseguir mostrar todas as funcionalidades de um determinado produto mesmo sem tê-lo em mãos. Outra possibilidade seria criar o planograma da loja ideal. Especialistas em merchandising vão até o espaço e, através da realidade aumentada, criam uma réplica de como seria o melhor planograma para aquele espaço sem mover os produtos fisicamente. Resumindo: as possibilidades são praticamente ilimitadas.
Muitas pessoas ainda não entendem como a realidade virtual e aumentada pode melhorar o seu negócio, mas certamente estamos diante de uma tecnologia
revolucionária. Isso porque primeiro temos o mundo real. Depois tivemos o avanço da internet e surgiu o mundo digital. Agora estamos vendo no dia a dia das pessoas a mistura dessas duas realidades. O que mais me agrada é que isso não está acontecendo apenas dentro de laboratórios ou em grandes empresas de tecnologia: está acontecendo nas ruas! Pessoas que nem entendem direito como é possível encontra um Pokémon na sua rua estão se divertindo e aproveitando o momento. E este é só o começo. Ainda temos muito trabalho pela frente.
*Luciano Sandoval é diretor Comercial e Marketing da MC1 - multinacional brasileira com foco em processos e inteligência de negócios utilizando a mobilidade como plataforma tecnológica.