quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

2018 vem aí: Um ano complexo, mas estável.

Olá amigos do varejo.

Fim de ano é sempre a mesma coisa. Tempo de repensar tudo o que aconteceu durante o ano que se passou, que diga-se de passagem, foi um ano tremendamente desafiador para a maioria das empresas; e de tentar, de alguma maneira, projetar o que poderá acontecer com o ano que se inicia.

Ainda me lembro quando as pessoas falavam em “5-years-plan,” um plano para os próximos cinco anos da empresa, o que para mim hoje soa mais como uma piada, frente à volatilidade do mercado em áreas como economia e tecnologia. Quem dera pudéssemos ainda guiar nossas empresas por anos que se parecessem mais com planícies do que com verdadeiras cordilheiras, cheios de mortais picos e vales a todo instante.

2018: Complexo, mas estável
Se a economia parece que em passos lentos está retomando, é cedo, muito cedo, para ainda falarmos em crescimento. Numa visão mais realista, sobre a economia, a palavra chave que talvez defina o ano que se inicia ainda é estabilidade.

Entretanto, sobre a estabilidade, ainda não é possível antever as cartas que ainda não foram colocadas à mesa. Qualquer novidade no aspecto político ou jurídico (ou até mesmo policial do jeito que vai a coisa...) poderá fazer com a economia se atrele novamente às “novidades”, e dance conforme a música que será tocada.

Há grandes desafios ao varejo. E de inimigos já conhecidos: 2018 será um ano de muitos feriados em dias úteis, provocando emendas e viagens, uma Copa do Mundo com jogos na parte da manhã e ainda Eleições presidenciais para ajudar o país a produzir muito menos do que precisaria para continuar uma linha de crescimento.

Em 2016-2017 apostei na mesma questão que apostaria em 2018: PRODUTIVIDADE.
O varejo ainda está longe de ser produtivo, de pelo menos conhecer sua real capacidade de vendas e saber aproveitá-las ou potencializá-las. Eu temo que um varejo que comece a dar sinais de retomada, faça com que empresários e profissionais abandonem ou se esqueçam das lições aprendidas na crise.

Com um varejo com muitos motivos para vender pouco em alguns dias ou datas, como os feriados, e as outras questões acima citadas, vender bem, aproveitar todas as oportunidades de venda para ampliar questões como PA (peças por atendimento) ou tíquete médio ainda vão continuar prioritárias.

No campo da tecnologia, eu penso que 2018 será um ano que a forma como dialogamos ou entendemos o dinheiro poderá sofrer alterações e gerar impactos rápidos e duradouros. A grande discussão do momento é sobre as criptomoedas, e se o tema se trata de algo real ou bolha especulativa. Mais do que a questão da especulação, uma provável aceitação das criptomoedas nos principais e-commerces do mundo, poderá levar à uma aceitação das mesmas por mais players, pulverizando seu uso, e consolidando seu papel no mercado.

Se as tecnologias que buscavam entender melhor o comportamento dos consumidores estivera em voga ao longo desses anos, principalmente focadas em questões como o Big Data, ou o Retail Analytics, a questão de meio de pagamentos será o nome do jogo. Não é mais entender quem compra ou o que compra, mas com o que compra.

Não se preocupe: Ainda há espaço para o dinheiro, para o cartão de débito, e até mesmo para o cheque, principalmente nas pequenas cidades e pequenos comércios, mas é necessário ver que esses terão papéis cada vez menores no comércio. Se conseguirmos reproduzir aqui o que está acontecendo em países como a China, onde a tecnologia atingiu também o pequeno comércio e o consumidor de baixa renda, a velocidade da mudança será impressionante. Quem sabe em 2018 você não irá à feira apenas com seu celular e pagará em alguma criptomoeda?

É provável que tudo isso que eu tenha escrito se realize em 2018, é provável que tudo mude por completo e nada faça sentido nos próximos meses. Esses são os novos tempos, onde não existem verdades absolutas ou caminhos definidos. Faz-se necessário se manter conectado e interligado ao mercado que se atua a todo momento, buscando entender onde fica a próxima curva. O melhor GPS para o futuro é o conhecimento.

Um grande abraço e boas vendas.

Caio Camargo
Editor | Falando de Varejo

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